segunda-feira, setembro 11, 2006

11 de Setembro - 5 anos depois...



Sem dúvida que as imagens daquele 11 de Setembro de 2001 ficaram cravadas nas nossas memórias, seja por serem chocantes e dramáticas, seja por já terem sido passadas e repassadas milhentas vezes. Eu lembro-me perfeitamente do quanto os meus olhos brilhavam ao ver aquele acontecimento, para a minha ingénua mente de 12 anos o 11 de Setembro não passava do primeiro ataque frontal ao Império, a totipotência dos Estados Unidos atingida por uma flecha mesmo no seu coração; o David, com a sua inteligência e astúcia, atacava o Golias grande e invencível, na sua própria casa... Era o que os meus sorridentes olhos viam... Lembro-me que dei uma gargalhada e disse: Bem feita!
Infelizmente, nesse dia 11 de Setembro de 2001, por volta das 14h em que assisti em directo à cena toda, não me passava pela cabeça a quantidade de americanos civis e inocentes que morriam naquele dia, e mesmo que pensasse, chegava ao cúmulo de no meu entrosadíssimo ódio anti-americano, pensar para comigo: "são americanos, estavam a merecê-las"... Obviamente aqueles quase 3000 inocentes não tinham culpa das políticas do seu país e numa análise posterior, pensei, tiveram azar... Porque é que o avião que ia contra a casa branca teve azar?
Mais tarde ainda, hoje, olho para trás e vejo que aquele 11 de Setembro de 2001, não só matou 3000 civis inocentes nos Estados Unidos, não só deitou abaixo as maiores torres do planeta. Infelizmente para os Estados Unidos o 11 de Setembro acabou por ser um bom pretexto para invadir o Afeganistão, para "democratizar o Iraque" e fazer cair outra torre... Saddam Hussein. E agora penso, quantos 3000 civis já morreram na cruzada maluca do Sr. Bush? Pior é pensar que esse mesmo presidente dos EUA conseguiu, com o sempre útil pretexto da luta anti-terrorista, juntar a si, sem relutância, muitos países do mundo ocidental, nos quais Portugal está bem presente, tornando assim estes países também culpados pelos crimes hediondos que têm acontecido por Abu-Grahib, Guantanamo e cúmplices da morte de dezenas de milhares de civis inocentes, tal como os do 11 de Setembro...
É curioso reparar-mos nas diferenças que há entre o pré e o pós-atentados... Antes parecia que o mundo se encontrava num período de estabilidade a todos os níveis, a paz era quase generalizada e tudo parecia ser óbvio, trivial... Agora, vivemos numa incerteza constante, Criou-se um anti-islamismo, a razar o anti-semitismo que fez Hitler chegar onde chegou, e curiosamente, do outro lado, há também um anti-americanismo muito forte... Mas acima de tudo gerou-se o medo... De quê? Do terrorismo... o que é o terrorismo? Raptar dois soldados israelitas é terrorismo... Bombardear uma cidade inteira chama-se retaliação, as mortes são danos colaterais. Não é difícil encontrar definições ambíguas como esta... Estamos a lutar contra o terrorismo, temos medo... Mas não sabemos de quê. Foi este o medo que Bush estrategicamente usou para se manter no poder, e para congregar a si os aliados contra o terror...
Apanhou-se Bin Laden? Sabe Alá onde ele está... Escondido, o cobarde! Acabou-se com o terrorismo? Cada vez há mais... Então, o que mudou nestes 5 anos? Mudou a forma de pensar o mundo, vemos agora as coisas de outro prisma, e, felizmente as pessoas estão cada vez mais conscientes que têm de tomar uma posição... Contra Bush, ou contra o terrorismo... ao estarmos contra Bush somos terroristas, ao estarmos com ele, terroristas seremos. Acima de tudo devemos defender a paz incondicional, deixar os Iraquianos escolherem o seu futuro, condenar os responsáveis israelitas por crimes de guerra, deixar os Libaneses em paz, acabar de vez com o estado judeu, visto não mais os judeus serem perseguidos e agora perseguirem os muçulmanos.

6 comentários:

Stella disse...

Não podia estar mais de acordo ctg Tiago...

Mas pelo que vimos diáriamente eles nao aprenderam com aquelas 3000 mortes.

Ana de Sousa disse...

Fico-me pelo silêncio Tiago...

mac disse...

É como tu dizes: os ocidentais são atacados pelos islâmicos, e é terrorismo? E os ocidentais quando invadem os seus países, e com a desculpa dos direitos humanos, depôem os seus presidentes, põem na cadeira do poder quem nós queremos, policiamos a terra deles como entendemos, e não conseguimos manter a paz? Não seremos também nós terroristas?

Anónimo disse...

Neste momento são as teorias da conspiração que me fazem levantar as maiores dúvidas sobre este assunto... há centenas de perguntas que ficaram por responder até mesmo feitas por um mero espectador sem cursos, sem doutoramentos como eu mas que ao fazer estas perguntas me parece que poderia assombrar os grandes senhores dos EUA!

Anónimo disse...

A invasão do Iraque colocou na ordem do dia um problema de grande envergadura para a classe trabalhadora mundial e iraquiana, em especial o de ter que enfrentar o imperialismo para reconquistar a independência nacional e, como consequência, a necessidade de construir uma direcção revolucionária que leve a cabo essa missão!
A ocupação do território iraquiano não foi uma mera medida casual por parte do Governo Bush, como resposta aos atentados do 11 de Setembro! Esta manobra estava já prevista no Projecto para um Novo Século Americano, preparado em 1997 pelo mesmo gabinete que assessorava Bush já mesmo antes da sua eleição, (assim como Osama Bin Laden já encabeçava (ou pelo menos estava incluído! a lista dos TOP 10 + procurados pelos E.U.A) mas só pôde ser realizada em conjuntura aberta com os atentados, que, ocorreram, não há dúvida, no mais oportuno dos momentos!
Com a comoção criada pelos atentados, a máquina de guerra contra o Iraque foi posta em marcha, segundo os testemunhos de vários ex-assessores de Bush, incluindo o seu ex-assessor contra o terrorismo, Richard Clarke. Foi inclusive pensado, na altura, na hipótese de em 2001 atacar primeiro o Iraque em vez do Afeganistão! As mentiras e omissões acerca da possível existência de armas de destruição revelavam, sub-repticiamente, de que se tratava de uma guerra não só pelo petróleo, mas também pelo controlo de todo o Médio Oriente. Devido a isso, será correcto afirmar que um fracasso nessa “aventura colonial” podia significar um recuo de larga escala nos planos imperialistas de recolonização.
Partindo daí, a luta que se trava ainda hoje no Iraque é estratégica para a classe trabalhadora mundial. Uma derrota do imperialismo aí pode significar uma vitória para outros movimentos de libertação nacional, como a Intifada palestina e a luta dos curdos, além de apontar para um avanço na batalha aberta em diversas frentes, contra os processos de recolonização do imperialismo, sendo um deles, a tentativa de implementação da ALCA na América Latina!!!

A RESISTÊNCIA GENERALIZA-SE!

A heróica resistência massiva dos iraquianos “abriu graves feridas” no governo e exército americanos. A revelação das torturas levadas a cabo na prisão de Abu Ghraib é uma demonstração do que afirmo! A opinião pública mundial reagiu com indignação, mas não é novidade que os exércitos ocupantes usam e abusam da tortura contra os prisioneiros de guerra!
O Império Britânico generalizou a tortura para proceder à tranquilização do povo indiano e dos outros povos que subjugou. Os americanos (que chegaram a “requintes de crueldade” no Vietname…) seguem um manual da CIA, escrito em 1983, que é um verdadeiro “livro de instruções” para como torturar e humilhar sexualmente os prisioneiros, de forma a subjugá-los. Guantánamo já demonstrou igualmente o tipo de tratamento dado pelos americanos aos seus prisioneiros.
Mas a novidade na situação do Iraque é que, agora, os crimes vieram a público!
E isso só ocorreu porque existe uma crise sem precedentes dentro do governo Bush, com queda acentuada junto à opinião pública americana depois das mentiras aludidas para invadir o Iraque, e depois de tantos meses de uma guerra fratricida e sem saída. A desmoralização do governo acabou por desmoralizar também a sua guerra e o orgulho dos soldados americanos! Eles pisaram o Iraque como donos da verdade e a acabaram a executar o papel de defensores de um mentiroso! Essa crise abriu os flancos do governo e do exército americanos, fazendo “escapar” as informações sobre as torturas, que, vindo à tona, vieram acrescentar mais lenha à fogueira.
Cresceu o ódio popular pelo invasor e a resistência fortaleceu-se dentro do Iraque.
Ao enfrentar uma dura resistência, e baixas crescentes de soldados (mortos e feridos), ao saberem dos abusos que se cometem, as tropas norte americanas não vêem um nítido objectivo para aquilo tudo… O exército não divulga o nº de desertores, particularmente dos soldados que não voltam de licenças concedidas, mas já houve um caso de desertor q denunciou o carácter da guerra e pediu para ser considerado “objecto de consciência”. Tratava-se do sargento Mejía, de origem nicaraguense, condenado por uma corte marcial a 1 ano de prisão.
Um dos argumentos utilizados em sua defesa foi a sua repugnância pelo modo como tratavam os prisioneiros de guerra nas prisões geridas pelos americanos!
Bem, claro que o post q iniciaste Tiago, deu-me muitas ideias e fez-me escrever este texto, mas julgo q é melhor não me alongar mais…embora ainda tivesse muito mais pa escrever! Lol!

Boa-noite! ;)

eu mesma disse...

não se escreve "reparar-mos", mas sim "repararmos"... Tás a ver? também sei ser do contra: e sou contra pessoas que não sabem usar pronomes reflexivos...LOLOL