segunda-feira, julho 31, 2006

Messenger - o vício da geração de 90?

Hoje vem no JN, um artigo sobre como o Messenger se introsou de tal forma na vida de muitos jovens do país. Pode-se ler no início: "É a primeira coisa que faz quando chega a casa, a última a deixar antes de dormir. Pelo meio, horas de conversas quase indecifráveis, com os olhos vidrados no computador e mãos pregadas ao teclado. «Não me imagino sem Messenger», confessa Rute, 14 anos. «Às vezes estou on-line quase 24 horas e até deixo ligado quando não estou em casa. O Messenger é essencial para mim»". Depoimentos mais que esclarecedores em como o Messenger se tornou num autêntico vício para muitos jovens e que segundo o JN "leva pais a controlar o tempo no computador". Mas como podemos encarar o Messenger? Uma útil e gratuita forma de comunicação, ou um mal que prende os jovens ao computador quando podiam estar a fazer algo de mais lúdico?
Como se costuma dizer "nem oito nem oitenta!" Pessoalmente, para mim (passo o pleonasmo), o Messenger é importante para contactar com pessoas que conheço, mas que estão longe. É sem dúvida uma boa forma de nos mantermos em contacto, sem gastar balúrdios em contas de telemóvel. Contudo, isso não significa que tenha que estar o dia todo no Messenger até porque ao fim de um certo tempo não há nada a dizer...
Em relação ao Messenger penso até que tenho uma visão bastante positiva. Não sou daqueles que receia más experiências com desconhecidos, até porque, ao contrário dos mais antigos chats, graças a esta ferramenta da microsoft, só falamos com quem queremos e se aceitarmos desconhecidos é da nossa responsabilidade. Por outro lado, em relação ao Hi5, outro vício de muitos jovens, não alinho, primeiro porque é uma perda de tempo, e depois, e este recado é mais para as raparigas, as vossas fotos podem ser muito bem montadas para fins mais impróprios.
Mas voltando ao assunto Messenger é dito também pela Rute que "algumas coisas são mais fáceis de dizer no computador do que pessoalmente". Concordo. Contudo, se nos refugiamos no Messenger para desabafar com os amigos, estamos a enganarnos, porque o nosso amigo não está ao nosso lado para dar o conselho. Bem sei que pode teclar umas cenas, mas não é evidentemente a mesma coisa, e o contacto pessoal é bem importante.
Assim penso que o Messenger é uma excelente ferramenta de comunicação, contudo, penso que não se pode tornar um vício, até porque há mais vida para além da janelazinha do Messenger :-P.

sexta-feira, julho 28, 2006

O estado da música em Portugal

Chegam os festivas de Verão, desde o Metal ao Hip Hop, passando pelo Rock e Reagge, as estrelas são todas estrangeiras. Porquê?
Ouvindo uma rádio portuguesa durante uma hora, será difícil ou quase impossível, ouvir mais que uma música portuguesa. Parece até estúpido ter de haver uma lei que obrigue as rádios a passar uma certa quota de música portuguesa. Pior que isto é que muitas bandas "portuguesas" cantam única e exclusivamente em inglês, mesmo só sendo conhecidas em Portugal... Parece que há um incompreensível tabu, preconceito contra a língua portuguesa, e contra a produção nacional. Será que o povo português enjoa a música nacional? Será que a nossa língua só dá para fazer música pimba?
Penso que a mentalidade portuguesa de que "no estrangeiro é que é bom" prevalece na música também. É óbvio que não encontramos na música portuguesa alguém com a virtuosidade dos Pink Floyd ou Dire Straights. É óbvio que nenhuma banda metal portuguesa chegou aos calcanhares de Iron Maiden, mas até que ponto Juanes e Robbie Williams diferem de Tony Carreira? Até que ponto Anastacia não é tão pimba quanto a Ágata? Até que ponto os Xutos não conseguem equiparar os grandes Rolling Stones? Umas pequenas comparações que nos permitem reflectir... A verdade é que os portugueses acham a sua língua, pimba por natureza e não conseguem fugir a este preconceito, porque se traduzirmos as letras de Robbie Williams, mesmo Prince ou Michael Jackson acabamos por descobrir que têm até menos qualidade que Marco Paulo! Já para não falar de "artistas" como Melanie C que no seu país não vendem nada e em Portugal chegam ao número 1, claro, com um dedinho do Sr. Moniz.
E é também ao sr. Moniz que dedico este parágrafo, ao sr. Moniz e às suas imposições, ditas musicais, DZR't, o expoente máximo, uma boysband do mais rasca, que se transformou numa máquina de fazer dinheiro e sucesso. Depois, tudo o resto, desde o afrouxado FF passando por Patrícia Candoso e agora o mais recente desastre: 4taste!
Bem, mas chega de falar da música mais popular. E o rock!? Que é do fulgor do Rock português dos anos 80? Parece que parámos no tempo desde aí. Há 25 anos ouviamos Xutos e GNR, agora ouvimos GNR e Xutos! De vez em quando vão aparecendo umas lufadas de ar fresco, como Toranja, Clã, Mesa (isto falando de portugueses a sério), EZ Special, Hands on Aproach, Squeeze this Please (bandas com mania que são estrangeiros), mas que conforme sobem, 2, 3 anos depois descem e são os mesmos Xutos e GNR que continuam na alta roda.
Entretanto em Portugal a corrente Hip Hop tem ganhado pontos. Muito graças a Da Weasel, já conheciditos até no estrangeiro, mas que cantaram e hão de cantar sempre em português, e a Mind a Gap, Sam the Kid, Boss AC...
Por último, falar no absurdo dos absurdos: Moonspell! A banda que há dois anos veio ao festival do Tejo, rotulada de alemã, que na sua origem não conseguiu gravar em Portugal e gravou... na Finlândia. Os eternos renegados de Portugal, que só com os dois últimos álbuns: The Antidote e Memorial conseguiram chegar ao top nacional. Vejam como Portugal foi mau para um dos seus melhores recursos... Hoje em dia, esta banda bem tem o direito de cantar em inglês, há de ter mais fãs na Noruega (nº1 no IDH e com metade da população portuguesa) do que no seu próprio país! Basta visistarem sites relacionados com Black/Goth Metal para verem a fama que estes alcançaram.


Conclusão: A música portuguesa está mal, é um facto. Porquê? Continuamos com a mania que não somos tão bons como os ingleses, os espanhóis, os americanos, os brasileiros quando somos tão bons ou melhores. O talento existe, meus amigos, só não é bem aproveitado.

terça-feira, julho 25, 2006

Porque sou Anti-TVIndecente

Há pouco mais de 10 anos, no início dos anos 90, com a abertura do serviço de televisão aos privados, a igreja decidiu fundar um canal de televisão. Esse canal, passava desenhos animados com histórias bíblicas, passava a missa, o terço, programas de debate religioso... Não funcionou. E como, segundo as leis do mercado, o que não dá lucro vende-se, um grupo de empresários, entre os quais José Eduardo Moniz comprou a estação, tansformando-a na TVI, uma televisão que de católica nada tem.
No princípio a TVI, era de longe a estação menos vista, primeiro porque o público português ainda não estava adaptado ao privado, segundo, porque ainda não tinha programas próprios. Foi então que se começou a investir na ficção nacional. Todo o Tempo do Mundo, a primeira novela, teve uns humildes 12,5% de share, contudo as novelas que se seguiram e o Big Brother catapultaram a estação para o topo das audiências nacionais, transformando a TVI naquilo que hoje é...
Olhando para a programação é caso de ficarmos assustados com as 8h15 min de novelas que passam, mais espantoso é que 4 destas são dedicadas ao público jovem... Vocês sabem do que é que eu estou a falar!
Se a estas somarmos mais 2 de Você na TV, e mais 4 de noticiários sensacionalistas, teremos então a mais indecente das televisões do Mundo, quiçá de Portugal!
Contudo, a indecência atrai a inocência (talvez por isso tenhamos 4 horas dedicadas às crianças e adolescentes) e é por isso que no horário nobre, esta estação passa a vida a bater recordes de audiência. Sem dúvida que um Barranquenho que se ataranta com as galinhas é mais importante que um ataque ilegítimo ao Iraque. Sem dúvida que um puto de 6 anos que guarda vacas é mais herói que um Álvaro Cunhal, que lutou durante 50 anos contra a ditadura. Dois exemplos que espelham bem o outro mundo que é a TVI, o mundo dos heróis de um povo medíocre, um mundo em que a notícia não se faz segundo a razão, mas apelando às mais fracas emoções, um mundo em que não há escrúpulos para mostrar o lado mais podre, mais animal do Homem (Fiel ou Infiel, O meu Odioso e Inacreditável Noivo, os reality shows são alguns exemplos).
E pensar, que 46% dos portugueses, quase 5 milhões, consomem diariamente toda esta nojeira...

Um pequeno conselho... Quando estiver farto de lixo televisivo, tenha o bom senso de mudar para a 2:

sábado, julho 22, 2006

Política mete férias!

Iuppi! Finalmente os políticos meteram férias!
Provavelmente a esta hora muitos deles já estarão nos seus Fiat Seicento, Renault 5 ou Austin Mini a caminho da Costa da Caparica, ou então, mais provável, já terão aterrado em Bora Bora, onde vão para um Resort.
Bem, mas antes de falar das férias, penso ser importante fazer um balanço de mais um ano político, que entre presidenciais, uma quarta-feira santa de folga, crises na segurança social e uma ministra da Educação às aranhas, teve de tudo...
Em relação ao presidente da república, nada a dizer, pois à semelhança da sua campanha, no seu mandato, também ele... nada disse! Talvez por isso Sócrates tenha afirmado que gosta de trabalhar com ele...
Em relação ao executivo do dito engenheiro com nome de filósofo já há muito a dizer. Penso, que no geral a avaliação pode ser positiva. Tomou algumas medidas que tinham de ser tomadas, mostrou grande preocupação com a inovação e com o seu querido choque tecnológico e teve sempre uma posição firme nas decisões que tomou... Claro que assim dito, até parece que tivémos um governo perfeito, o que esteve longe de acontecer e apesar de ser de louvar a actuação de ministros como Mariano Gago ou António Costa, penso que Maria de Lurdes Rodrigues, aquela que ninguém conhecia de lado nenhum, foi no mínimo, uma nódoa no pano do governo, e que as medidas do executivo em relação aos funcionários públicos, pecaram por não serem retirados os privilégios aos maiores privilegiados... os Deputados.
Ora, pois é dos deputados que falo agora. Penso que há um grupo parlamentar que merece o chumbo... o PSD. Este grupo parlamentar não conseguiu fazer oposição, pois faria exactamente o mesmo que os que lá estão. E mais, não apresentou argumentos relacionados com as políticas, mas sim com as pessoas, com a sua credibilidade... Basta ouvir falar Marques Mendes para perceber que algo está mal. "O governo não dá credibilidade aos portugueses"... Tu também não dás mais! Depois o PS. Estes também pouco mais fizeram do que acenar às medidas e aos ministros, afinal é essa a função deles... Depois a asa esquerda: PCP, BE e "os Verdes". Actuação muito positiva, apresentando várias propostas de lei, contraposição crítica construtiva e bem fundamentada às políticas do governo. Pena que sejam tão poucos, e tão mal amados pela comunicação social... Porque será? Por último o CDS-PP... Apesar de crises internas e muita indefinição, penso que já para o fim deste ano político, se têm destacado, apresentando várias propostas (nem sempre com assuntos relevantes) e discutindo as medidas e propostas de uma forma clara e civilizada.
Por último, uma nota aos partidos sem assento parlamentar. De notar a ténue presença de Garcia Pereira nas presidenciais e a ascenção meteórica do PNR e dos movimentos de extrema-direita entre os jovens, talvez seja cedo para falar nisso, mas não me espantava que muitos desses jovens ajudassem Pinto Coelho a um lugarzinho no cantinho direito da assembleia...
Bem resta-me desejar boas férias aos políticos, já que as minhas não irão ser assim tão boas e já que deu resultado no Inverno... Parta uma perna Engº Sócrates!

quarta-feira, julho 19, 2006

Hipocrisia!

Logo após a segunda guerra mundial, depois de todos os horrores do holocausto, foi criado um estado para que todos os judeus do mundo se sentissem seguros. A grande questão é que os vencedores da guerra se esqueceram (ou quiseram esquecer) que nessa zona já existia um país, a Palestina. Ora, duvido que qualquer um de nós achasse bem se nos pusessem uns estranhos em casa, enviando-nos para a casota do cão! O conflito vai durando e ninguém vê um fim, nem sequer se esforça a sério para que tal aconteça...
Pois, já dura há 8 dias o ataque de Israel ao Líbano. Agora vejam porquê este título de texto...
Tudo começou, quando uns terroristas do Hezbollah, uma milícia ultra-islâmica libanesa achou engraçado raptar 2 soldados, apenas 2 militares hebraicos. Ora o senhor Olmert achou que isso era motivo para atacar o Líbano! Desculpem, segundo declarações do primeiro-ministro Israelita, "o alvo são apenas membros do Hezbollah". Agora digam-me que isto não é hipocrisia da pura... Pois se não é hipocrisia só pode ser muita falta de pontaria... Depois de já terem causado 309 mortos, ainda não conseguiram atingir algum terrorista... Curioso.
Agora vejamos a hipocrisia maior... Pois atacar alvos civis, causando mortes de civis não é também terrorismo!? Sabem o que é ainda mais hipócrita? Mr. Blair & Mr Bush apoiarem todo este terrorismo de estado! Enfim... Lamentável, Repugnável, Execrável.

sábado, julho 15, 2006

Anti Cultura das Massas

Desde o início do século XX começaram os fenómenos das grandes multidões. Os Jogos Olímpicos, os discursos políticos, as manifestações, tudo eram fenómenos que juntavam milhares e milhares de pessoas. Criou-se então "A cultura das massas".

A cultura das massas não é mais do que o poder exercido pela força de muitas pessoas unidas por uma causa comum. Claro que isto assim dito, até parece poético, mas não é. É bem grave.
Walter Lippman disse um dia "Quando todos pensam igual é porque ninguém pensa muito", e é isto que acontece quando estamos a falar de massas. Todos agem igual, mas não quer dizer que estejam muito convictos no que fazem, pelo contrário, agem porque os outros agem assim. Isto vê-se por exemplo na roupa: se é moda andar de laranja, ando de laranja, mesmo que prefira o azul claro; nos carros: já repararam a quantidade de Renault's Clio que se viam por aí há 2 anos?; Na televisão: Vou ver novela Y, porque senão não vou poder falar com as minhas colegas de emprego.

Isto é a verdade, mesmo que não se apercebam é a verdade!
O pior disto tudo é que as pessoas não reflectem, pensam que é correcto agir assim só porque viram o outro a agir assim. Pode-se pois dizer que o maior defeito das massas é ser anti-racional. Ora negar a capacidade racional do Homem é torná-lo desumano, animal. Ora vejamos os meninos e meninas de 14 anos que todas as santas 18h ligam a TV para ver os Morangos. Não será como um instinto tanto ou mais irracional que o cão que corre atrás do pau? E aquelas pessoas que todos os verões migram em direcção ao Algarve? Até que ponto não se assemelham às aves que migram para as terras mais quentes no Inverno? Pois é Platão um dia disse "o homem é um animal social" Eu só acrescentaria que a sociedade torna o homem num animal.
Outro defeito das massas é que as maiorias nem sempre têm razão. Um exemplo flagrante é a televisão. A TVI é quem lidera as audiências, mas é sabido de todos que a 2:, mesmo a SIC e a RTP, têm conteúdos muito mais interessantes e cultos que a estação do sr. Moniz.

Ora, reflictamos agora. Em democracia são as maiorias que decidem. Até que ponto a racionalidade das maiorias que elegem os nossos representantes não está comprometida? Até que ponto não são as massas manipuladas, refira-se, democraticamente, quando se realizam as eleições? Deixo apenas as perguntas... As respostas virão a seu tempo.
Aquilo que eu sei é que num regime totalitário, um manda em todos e ninguém tem opinião, numa democracia todos podem ter opinião, mas as massas formam as opiniões das pessoas, proibindo-as, ao fim e ao cabo, da sua tão proclamada liberdade. E é com mais uma frase sábia, também de Platão, que termino:

"Não devemos de forma alguma preocupar-nos com o que diz a maioria, mas apenas com a opinião dos que têm conhecimento do justo e do injusto, e com a própria verdade"

segunda-feira, julho 10, 2006

Fire Strikes Back

Pois é, neste malfadado país basta vir uma temperatura perto dos 35ºc e... o rastilho acende-se. Impressionante como ano após ano, a história se repete. Claro que eu não vou falar das causas deste fenómeno, pois penso que falta de meios, falta de coordenação, e coisa e tal, já estamos todos fartos de ouvir falar. Vou sim falar como reage este país aos incêndios...
Começando pelas populações... É curioso ver, sempre que há um incêndio que ameaça as populações, pessoas (geralmente) mulheres esvairadas e histéricas proclamando "É o inferno!" "É o fim!". Só dá vontade de perguntar: Já visitou o inferno? Parece ter o total conhecimento de causa... Já agora, diga-se que quem anuncia o apocalipse assim, só porque lhe vão morrer uma dúzia de galinhas e vai ficar sem uns metritos de terreno devia ser enviado para o manicómio mais perto, ou então, mais soft e muito menos ofensivo, deveria ter acompanhamento da assistência social... Diga-se que provavelmente essas galinhas e esses metritos de terreno provavelmente só arderam porque os tais 25 m de distância de segurança não foram respeitados.
Depois a imprensa... O comportamento é o de "Vejam, a TVI esteve com as vítimas na sua hora de sofrimento e agonia"... Ui, que reconfortante para as vítimas, até é para duvidar se a agonia era do incêndio ou da boca da Manuela Moura Guedes. Depois há aquela palavra que eles adoram usar e abusar: Dantesco! Não sei porquê Dantesco, afinal na Divina Comédia (de Dante) , também o Purgatório e o Paraíso são visitados. Claro, lá ouve um espertinho que achou graça à palavra (até porque rima com grotesco) e pronto temos a palavra oficial dos incêndios. Hmm... outra coisa que eu acho mesmo brutal na televisão são expressões como "Incêndios 2005", parece que é assim, tipo Campeonato do Mundo 2006 ou Atenas 2004, enfim enaltece-se logo o acontecimento.
Depois o governo... Este só actua depois das férias... desculpem... trabalho político! em Bora Bora... Esperem eu disse actua? Claro que não actua porque só fala... E perante 4 câmaras de TV , mais umas não sei quantas máquinas fotográficas e umas dezenas de micros diz frases sábias como "Precisamos de meios aéreos (claro, maquinaria russa da década de 60)" depois, demite-se o Sr. Coordenador dos Bombeiros, o Director da Protecção Geral, e claro, como tudo neste país, fica tudo em águas de bacalhau!
Enfim, não há palavras e já agora, depois de lamentadas as mortes de 5 Chilenos e um bombeiro de Gonçalo, há que desejar boa sorte aos nossos bombeiros para os Incêndios 2006. Parece que é a única competição que Portugal ganha sempre...

P.S.: Já abriu a época nacional de incêndios, aí está outra expressão de fazer rir, quase parece: "não deitem fogo, mas se deitarem deitem nesta altura que arde melhor". Outra ainda melhor são os alertas que passam na TV: Distritos X,Y,Z com alerta vermelho (grande risco de incêndio), apesar de serem boas indicações para a população, os incendiários agradecem saber que deflagrará mais depressa em distrito X, que em distrito Z!

domingo, julho 09, 2006

Voltou a Crise!

Mal Portugal acabava de perder com a França, já se começavam a sentir os efeitos desta abominável praga que infecta o nosso país, a crise... Claro que com o cheque-mate da Manchaft, esta regressou de vez.
Não que não existisse crise económica e social no mundial, apenas não aparecia na televisão. Se não há na televisão, então não há! Claro que eu já estava à espera disto, sempre aconteceu assim, acabou o assunto, fala-se da crise. A TVI lembra-se logo, e faz questão de lembrar que o preço do petróleo atingiu um novo máximo, curiosamente a RTP apresenta estatísticas em que o desemprego desce, mas logo a seguir uma fábrica a fechar... (contraditório, não!?), a SIC finalmente mostra as manif's contra o fecho dos SAP, as tais que se iam fazendo, mas que ninguém sabia, porque... havia bola!
Enfim, o mundial acabou, e a crise voltou... E mesmo um tipo que gosta de futebol como eu, não pode aceitar que as pessoas só pensem em 23 portugueses e num brasileiro, que até nem vivem essa crise...

quinta-feira, julho 06, 2006

Anti-mobilidade

Hoje muitos funcionários públicos fazem greve, protestando contra a nova lei do governo da mobilidade. Claro que a imprensa (pró-governo) apresenta a notícia de um outro ponto de vista: Hoje se se dirigir a uma repartição pública pode muito bem bater com o nariz da porta, porque hoje há greve dos funcionários públicos, pode se ler nas entrelinhas - rançosos e sempre à espreita de uma oportunidade para meter folga - isto segundo a imprensa!
Pois eu cá acho que fazem muito bem em protestar, é pena que o protesto já nem toque num cabelo que seja dos senhores ministros, mas há que mostrar indignação perante uma lei que diz que é bom para a produtividade que os funcionários se encontrem em permanente permuta de funções e de lugar... Ora, o propósito de um governo dito "Socialista" deveria primar mais pelos direitos dos trabalhadores a estar com a família, nas suas terras de origem, e menos pela "produtividade"! É só isto que eu tenho a dizer: a mobilidade dos funcionários nunca será boa para o país, quanto mais para as pessoas! Enfim, mais uma das invenções do senhor que só sabe que nada sabe!

quarta-feira, julho 05, 2006

As férias dos portugueses

Chegado o mês de Julho, e cada vez mais próximo do quente Agosto, o assunto começa a ser inevitável: férias...
Mas afinal onde passam os portugueses as suas férias?
Podemos dizer que até nas férias há uma grande diferença de classes. Temos em baixo, os que vão passar uns diazitos a uma praia perto de si, depois aqueles que vão todos os anos passar 15 dias a uma praia habitual, muito provavelmente no Algarve, depois no topo os que vão passar as suas agradáveis férias enclausurados num resort no Brasil, Carbas ou naquela ilha da Polinésia Francesa... Bora Bora! Claro que há excepções e pode ainda criar-se um grupo à margem destes 3, os alternativos. Como grande exemplo temos João Garcia, o Alpinista, que achará um paraíso se ficar sem as partes de dedo que ainda lhe restam, ou então na baixa classe aqueles para quem férias... é no campo, deitados numa cama de pano à sombra de dois carvalhos, com vista para o rio, e desfrutando de uma bela churascada ou sardinhada ao fim do dia... Ou ainda aqueles que férias só no meio de leões, víboras e hienas (não estou a falar da Cova da Moura, fiquem descansados), que bom um Safari...
E são assim as férias dentro dos portugueses... Independentemente do sítio onde as passemos, o que importa é descansar... algo que aliás muitos nem estão habituados a fazer durante o ano...

sábado, julho 01, 2006

Portugal - Inglaterra, Ser Português

Se pensam que vou falar do orgulho nos 14 jogadores que miraculosamente venceram a Inglaterra este Sábado, enganam-se. Como é possível sentir orgulho por uns gajos, cuja grande maioria, a única coisa que fez para lá estar, foi imigrar!? Sim, porque para fazer o que o sr. Hugo Viana, o sr. Tiago e o sr. Pauleta fizeram, de certeza que havia muitos cá no país...
E isso meus amigos, pode-se aplicar ao nosso Portugal extra-futebol, exactamente esse que está a viver uma situação de recessão económica e de grande desemprego, um país onde nem sempre a qualidade é importante, mas sim se vem ou não de fora... Quantas vezes se ouve o povo dizer "Ai, o estrangeiro é que é bom" "No estrangeiro é tudo como deve ser". Que mania das pequenezas! E que orgulho tão sádico no que não é nosso!
E isto é já um ponto do que é ser português, numa analogia que estou a fazer com o nosso futebol com a Inglaterra.
Outra coisa bem portuguesa que se pode ver foi o nosso lema de vida "Deixa andar!". Passa para aqui, dá ali, passa para acolá, toma agora tu, vem atrás (bocejo de sono...) que a bola lá há-de entrar... Entrou, mas só 120 minutos depois!!!
E este é outro ponto do que é ser português: deixar sempre tudo para a última. "Ah, deixa estar que o prazo só acaba amanhã!" Pois... E está um tipo a ver o jogo e não vê sequer um lance de perigo. Depois... lá calhou, um tipo que até nem imigrou defendeu 3 penáltis (e bem defendidos) e lá salvou a honra do convento.
A esta hora, o povo festeja: "Portugal olé!", mas Segunda, quando acordarem vão se aperceber que há vida para além da bola, e que, com o dinheiro gasto em cachecóis, camisolas e outros adereços para "dar força", já mal têm dinheiro para abastecer numa bomba de gasolina. Quando acordarem vão-se aperceber que ganhamos um simples jogo de futebol contra os ingleses, mas que em tudo o resto quem manda são eles! Eles decidem os preços, impõe as marcas e até inventam desportos para nos divertirem, e o povo... o povo dorme festejando uma vitória, enquanto eles, os gurus da economia mundial enchem os bolsos e refastelam-se com as nossas humildes e generosas ofertas.
Mas deixai-os saltar e sonhar, para quando baterem, doer mais!