quarta-feira, agosto 30, 2006

Sou Contra!

Este texto foi escrito num momento de raiva aqui na aldeia, no qual só me apeteceu chegar ao teclado e criptar "oasldsb rçqrkpmaskpnf skgdsklngsngs.fagn". Descodificando...
Sou contra levantar às 11 e almoçar às 11h30,
Sou contra não ter nada que fazer entre o almoço e o jantar,
Sou contra os tipos do posto de internet porque hoje decidiram fazer greve,
Sou contra as tardes e dias secantes,
Sou contra os jogos de xadrez serem a coisa mais divertida para fazer,
Sou contra...
Mais um momento espontâneo de explosão histérica de raiva: "dsngflsdgsjbdgojaknfaiopoga ugasignsklngslfng"
Sou contra os tipos que só sabem dar cacetada nos jogos de futebol entre amigos,
Sou contra os putos que andam à porrada, choram e voltam a ser amigos,
Sou contra este marasmo onde por nada se fazer tudo é útil,
Sou contra tudo isto e mais alguma coisa,
Outro e provavelmente o último acesso de histeria "snfdgbsldjgblddsl gnbpkiaqibgslkgsng jaowjgpmakng"
Sou contra estar aqui a escrever estas babuseiras, mas acabo por não estar porque
Sou contra não haver nada para escrever...
Sou contra esses assuntos que não nos afectam e são demasiado insignificantes para serem mencionados, por isso...
Sou contra tudo e contra todos! E farei sempre os possíveis para que a voz do contra se faça ouvir aqui e em toda a parte!

sábado, agosto 26, 2006

Futebol à Portuguesa

O futebol português, desporto rei, é também rei dos casos... Por mais que se fale e se refale da podridão do nosso futebol, parece que ano após ano surgem sempre os típicos "casos".
O caso do momento é o caso Mateus. Passemos já a enunciar os factos... A época transacta (sim porque no futebolês usam-se destes termos) o Gil Vicente inscreveu na sua equipa da 1ª liga, competição organizada pela Liga, presidida pelo Major Valentim Loureiro, um tal de Mateus. Mas, esse jogador era não profissional e a meio da época segundo os regulamentos da mesma liga não se pode profissionalizar um jogador não-profissional. Depois a liga instaurou um processo, o Gil recorreu aos tribunais comuns (coisa que também não podia fazer) e depois instaurou-se a salgalhada total! Agora, o que vigora, é que o Belenenses se manterá e o Gil será despromovido por irregularidades...
Mas vamos voltar atrás, fazer Rewind, não foi a liga que aceitou a inscrição do jogador Mateus, que eu saiba para se inscrever um jogador esta inscrição terá que ser aceite pela Liga, o que aconteceu... Pois, assim sendo parece que a culpa é... da Liga! A mesma liga que pune o Gil Vicente... esquisito, ã?
Não... Primeiro porque é o nosso futebol, depois porque o Belenenses, clube da capital e com história (mais influente que o Gil Vicente) é o principal benificiado desta história toda! Enfim... Aguardamos novos capítulos da novela...

terça-feira, agosto 22, 2006

Dependências...

Já repararam que quando falta a electricidade, vulgo luz, ficamos sem saber o que fazer. É interessante observar que se falha a luz e estou no PC, a primeira coisa que me ocorre é ver televisão, fracções de segundo mais tarde apercebo-me que a luz falhou em toda a casa...

Pois é, estamos tão habituados em ter electricidade em nossa casa, que quando não há, ficamos algo desorientados. A isso pode-se chamar dependência. Ao fim e ao cabo estamos dependentes da electricidade para praticamente tudo, para tudo se estiver de noite. É que mesmo que não vejamos televisão ou estejamos no computador, podemos ter que aquecer algo no microondas, e podemos querer ler e não ter luz... Infelizmente esta dependência extende-se muito além das nossas casas... Precisamos de luz nas ruas para circular, as máquinas das nossas fábricas funcionam com energia eléctrica, as nossas empresas praticamente todas informatizadas necessitam de energia para trabalharem...

E se os electrões fizessem greve? E se aquela corrente do pólo negativo para o pólo positivo parasse em toda a Terra, em todo o universo? E se o electromagnetismo deixasse de fazer efeito? Nenhum carro se moveria, porque a ignição é baseada na electricidade, nenhum frigorífico funcionaria, não haveria geradores que funcionassem, enfim, o mundo voltaria àquela escuridão total que existia antes de Maxwel e Faraday, entre outros, terem compreendido os fenómenos do electromagnetismo.


Como vêem a electricidade é fantástica, admirável, mas o mundo habituou-se demais a este fenómeno e está agora electrodependente, tudo funciona baseado na energia eléctrica e nem se pensa sequer numa alternativa...

Mas não é só da electricidade que o nosso mundo está dependente, é também da água canalizada, do petróleo, das redes de saneamento, tudo pilares daquilo a que chamamos civilização. Claro que infelizmente, há países para os quais bom já seria ter comida para alimentar toda a gente e os quais não estão dependentes, mas sim carentes das mais básicas necessidades do Homem... a comida e a água!

E se, de repente, as pessoas do mundo civilizado, ou mundo ocidental, como preferirem, ficassem privados de todas as suas dependências? Sem electricidade, sem petróleo, sem água canalizada, sem saneamento, em última análise, e, se voltássemos à estaca zero? Se o Homem que hoje pisa este chão já muito mudado com as suas descobertas, pisasse o solo virgem pelo qual se comçou a aventurar há 20 000 anos atrás... Conseguiríamos viver, sequer sobreviver? Conseguiríamos adaptar-nos? Será que conseguiríamos fazer o belo trabalho dos nossos antepassados e transformarmo-nos na criatura mais evoluída do planeta? Recuando mais ainda, teríamos sobrevivido à idade do gelo, sem aquecedores a óleo, ou a gás? Conseguiríamos sobreviver sem poder comprar a carne partida no talho, sem as nossas panelas, as nossas frigideiras? Será que evoluímos tanto, que a nossa capacidade de adaptação desapareceu, por ser inútil?

Ficam as perguntas, as respostas, quem sabe se as teremos um dia...

sábado, agosto 19, 2006

Crime em Portugal!

Ontem (sexta-feira) foi notícia de abertura um assalto ao banco Santander em Almada. Ao que parece 1 homem armado de 34 anos quis assaltar o banco, mas acabou por fazer reféns todas as pessoas que se encontravam no edifício (3 funcionárias e o gerente!). Ao fim de praticamente 3 horas e 45 e minutos a polícia, com o auxílio de um negociador especializado, é de bem referir, conseguiram que o sujeito saísse, sem que ninguém se magoasse. E isto não foi no inspector Max! Ufa!
O que isto tem de engraçado é o espalhafato que as nossas televisões fazem do assunto, até parece que aconteceu algo de realmente grave, mas afinal o que aconteceu... Um sequestro muito mal sucedido... Imagine-se só que a arma do crime nem funcionava! Dá para rir, não dá!? Bem, claro que tenho pena dos reféns, que devem ter passado por momentos bem difíceis, mas de resto, desde a cobertura televisiva à intervenção policial é uma comédia pegada (digna mesmo do tal cão que é inspector).
O que subjuga esta "tragédia" mesmo é o facto de em estados como a Califórnia, cenas bem piores acontecem diariamente e imaginem só... O jogo dos LA Lakers contra os New York Knicks é mais importante e merece mais mediatização.
Ora, um tipo acha mal, mas até devia achar bem estas cenas serem notícia, vamos lá ser positivos, afinal é sinal que não acontecem cenas piores...
Enfim, é o crime que se pode arranjar em Portugal e digamos que já não arranjávamos uma assim tão boa desde que aquele tipo com barba de nome Manuel Subtil se decidiu barricar na casa de banho da RTP!

quinta-feira, agosto 17, 2006

Os Outros...

Todos os Verões, a maior parte das pessoas deslocam-se para fora das suas cidades, vilas e aldeias para ir passar férias, para a praia, ou para qualquer outro sítio. Quando vêm está tudo na mesma, como deixaram. Não estranham. Aliás, que haveria a estranhar?
Tudo! A verdade é que enquanto os veraniantes passam férias, gozando, nos seus destinos, se esquecem que os outros, os outros que ficam zelam, trabalhando, para que estes encontrem tudo no sítio onde antes estavam.
Falo dos homens do lixo, que ficam para manter limpas as ruas.
Falo dos funcionários dos supermercados que servem todos aqueles que ficaram, ou vieram de férias.
Falo dos turistas e pessoal ligado à hotelaria que ficam para receber os turistas que visitam as nossas terras.
Falo também daqueles que ficam para tratar os nossos doentes, idosos ou animais de estimação.
Falo de todos estes, como exemplos, e falo de muitos outros que ficam, os outros, que não merecem ser esquecidos, porque, mesmo tendo menos condições laborais e financeiras que nós, são tanto ou mais importantes para o funcionamento das coisas. E falo, porque são gente, falo porque também são pessoas!

segunda-feira, agosto 14, 2006

Aquela noite de Verão...

Era noite... Era Agosto... Lá em cima ouviam-se os primeiros acordes de uma música pimba, mais um conjunto para animar as festas lá da aldeia. Do outro lado, lá para os campos, ouviam-se grilos cantando uma outra música... mais melodiosa, mais natural.
Ele era um rapaz dos campos, conhecia bem os grilos. Ela ajudava o pai no café, conhecia bem a música lá de cima, conhecia o ambiente, mas não conhecia o pobre rapaz do campo, eles aliás, pouco se viam naquele meio impressionantemente pequeno... Mas ele quis sair do som melancólico e bucólico dos grilos e ela estava farta do bailarico lá em cima... Ela desceu, desceu ao adro... Ele subiu, vivia no vale, subiu e a ela, só a ela encontrou no adro... Ele tinha uma camisa, rôta, mas a melhor que tinha, ela tinha um vestido negro, mas simples, provavelmente contrafeito, eram os dois gente humilde, como aliás, todos os que naquela aldeia viviam... Ela timidamente perguntou-lhe o nome... Ele respondeu ásperamente, Manuel, mas todos me chamam Mané, ela disse calmamente,o meu nome é Dora, Dora do café, como todos me chamam... Eles eram jovens, teriam 15, 16 anos e estavam sós, no adro da igreja, todo o povo estava lá em cima, na festa, no baile.
Ela quis então conhecê-lo melhor, ele aceitou ir com ela, depois de terem esgotado todas as voltas e contravoltas ao povo, ele pediu-lhe para dançar, ela disse que não sabia mas aceitava... Subiram então, a rua íngreme que dava para o largo lá em cima, havia carros por todo o lado, a maior parte eram estrangeiros, franceses, suíços, alemães... Tudo emigrantes... Alguns conehcia-os Mané, outros conhecia-os a Dora... Enquanto os sisudos emigrantes, esperavam eternamente pelo momento próprio para dançar, eles entraram, sem saber dar um passo, mas dançaram, alegres... Os emigrantes troçavam de fora, mas nem coragem tinham para ir lá dar um pézinho, eles tinham... Os emigrantes e as gente snob daquela terra, se é que já lá tinha chegado o estrangeirismo, olhavam de cima para aqueles dois pobres, dançando uma música reles, com uma batida monótona e com roupinha de andar na terra... Pois eles não dançavam mas também estavam lá... No bar, o pai de Mané já estava na sua actividade habitual, vinho e cerveja, bagaço... ele e tantos outros, mas ele nem ligava, ou de ser tão habitual, ou de não o reconhecer como pai...e dançou... Dançou ela e dançou ele, dançaram felizes até ao fim da noite, sim porque na aldeia a noite acaba às duas... Ele disse no seu português simplório que tinha gostado muito de dançar com ela, ela agradeceu e retribui.
Mais tarde, noutras noites como aquela encontraram-se os dois para dançar, o primeiro beijo ocorreu na seguinte, o casamento daí a um ano... E viveram juntos para sempre, pobres, ele sem saber escrever, ela sem saber falar, tiveram filhos e viveram eternamente assim, aquela noite de verão, naquela feliz simplicidade...

sexta-feira, agosto 11, 2006

Voltou a paranóia!

Ora, o pessoal já andava com saudades de uns atentadozitos terroristas, sendo assim, iuppi! Os ingleses conseguiram evitar um ataque terrorista, se calhar de maior escala que o 11 de Setembro... Bem, que poder!!! Ok, estou realmente a ser irónico.
Aquilo que eu queria salientar era a forma como este assunto está a ser encarado, ou seja, se até agora isto dos ataques terroristas era coisa das agências secretas e era tudo tratado com a maior descrição e evitando atenções, nomeadamente, mediáticas, agora boom! Tudo sabe: apanhámos 24 terroristas e andamos à procura de mais, vejam, vejam! Evitámos o maior atentado terrorista da história! Claro que é preciso apertar as medidas de segurança, pelo menos para inglês ver (literalmente), e as pessoas até acham bem, sentem-se mais seguras...
Mas porquê esta mudança de postura em relação aos atentados terroristas. Porquê?
Bem, se calhar para desviar as atenções dos atentados diários (existentes, não evitáveis) prepertados pelo braço direito do império (Israel, claro!) e que todos os dias matam dezenas de inocentes. Ok, já basta de bater na mesma tecla... Reflictam só, meditem e apresentem as vossas conclusões...
Enfim, parece que a paranóia do terrorismo voltou!

P.S.: Parece que agora foi evitado um atentado marcado para a próxima terça-feira na Índia!

quarta-feira, agosto 09, 2006

Lei da (dis)paridade

Foi promulgada na Segunda-feira a lei da paridade a qual dita que as listas dos partidos à assembleia têm de conter no mínimo 30% de mulheres...
Ora, isto é uma estupidez! Se está consagrado na constituição que não pode haver discriminação de sexos em qualquer situação, supostamente todas as pessoas (homens ou mulheres) têm os mesmos direitos de participar nas listas dos partidos. Sendo assim uma lei destas é desnecessária e inadequada.
E tanto mais é inadequada porque a igualdade é um direito, mas não é um dever, ou seja, as mulheres, tal como os homens só se inscrevem nas listas à assembleia se quiserem! Se num partido as mulheres não querem ser deputadas, não deviam ser obrigadas... Aí, está-se a desrespeitar outro direito, o direito à livre escolha. Agora, aquilo que devia ser feito era fiscalizar todos os partidos para ver se as mulheres não eram discriminadas por serem mulheres, o que custa a crer, mas enfim, neste país...
Olhem, já nem sei que diga destas medidas do governo, a verdade é que isto é mais uma medida populista para chamar à atenção e dizer que este governo faz coisas justas, encobrindo assim as muitas das tristes leis que tornam este Portugal mais injusto.

P.S.: Não deixa de ser estranho que a paridade não seja respeitada neste governo. É que dos 17 ministros, apenas 2 são mulheres! E isto se não considerarmos a ministra da educação um monstro...

segunda-feira, agosto 07, 2006

Liberdade de Expressão... Para Quê?

Muitas coisas boas nos trouxe a revolução de Abril, uma delas foi a liberdade de expressão, a liberdade de cada um dizer aquilo que quer, a liberdade de cada um ter a sua opinião individual, mas será isto assim tão benéfico? Isto é, de que nos serve sermos livres de exprimir as nossas opiniões se poucos ou ninguém nos vai ouvir? Ou, qual o poder das nossas opiniões emitidas para um grupo de amigos, família comparado com as opiniões dos "grandes" comentadores televisivos ou mesmo dos jornais e das revistas?
A verdade é que todos podemos falar abertamente sobre todos os assuntos, mesmo sendo tabu, sem que não venha nenhum PIDE prender-nos, mas também é verdade que por mais válidas e inteligentes que sejam as opiniões de pessoas comuns, simples e desconhecidas do grande público (e do Marques Mendes...), a verdade é que estas não valem nada para a maioria das pessoas. Sendo assim eu posso dizer que o aumento dos impostos é mau, mas porque Marcelo Rebelo de Sousa, Miguel Sousa Tavares, entre outros acham que é bom, a maior parte dos portugueses, esses que fazem parte da classe dos sem opinião, acabam por achar que o aumento dos impostos é bom. É de bom referir, que isto é só um exemplo fictício...
No parágrafo anterior falei nas pessoas sem opinião... Penso ser óbvio que há pessoas com maior ou menor capacidade de pensamento e de expressão, sendo assim, há pessoas, e não são poucas, cuja opinião deriva ao sabor da opinião de outros, ou seja, ao fim e ao cabo não são livres de pensamento, não têm liberdade de expressão, o que não deixa de ser paradoxal, pessoas que não são livres de pensar mesmo tendo esse direito...
Não sei como solucionar o problema... talvez começando na escola primária a ensinar os meninos a pensar, não só no 10º ano, onde mesmo em Filosofia, pouco pensamento se exerce... Mas talvez esta opinião não chegue ao governo pois não sou famoso, nem um intelectual, e mesmo que chegue talvez o governo não queira ouvir, pois esta falta de opinião de muitas pessoas faz com que sejam mais manipuláveis e assim consigamos manter esta hipócrita democracia.
Resta-me finalizar com uma frase de Lenine, bem adequada ao tema: "A liberdade é uma coisa tão preciosa que devia ser racionada"

sexta-feira, agosto 04, 2006

A verdadeira questão de Cuba...

Terça-feira desta semana, veio o comunicado oficial de Fidel Castro dizendo que por motivos de saúde (inflamação nos intestinos) iria delegar provisoriamente, sublinhe-se, as suas funções de Presidente de Cuba, chefe das forças armadas e líder do PC, no seu irmão Raúl.
Já muito se opinou por essas televisões, desde se dizer que Raúl não é tão carismático a falar-se da implementação de uma democracia (pró-americana, está claro!), havendo até muitas pessoas, sem coração, desejando a morte de El Comandante. O que é certo, e com isto dirijo-me directamente ao centro da questão, é que nos últimos 4 dias mais nada de relevante se passou em Cuba. Fidel está a recuperar, Raúl ainda não apareceu em público, mas nada faz prever uma revolução...
Então porquê tanto interesse das televisões em matraquilhar-nos com informações e opiniões mais que repetidas das pessoas, principalmente em Miami. Bem, digamos que esta doençazinha de Fidel, da qual certamente recuperará, veio mesmo a calhar para a trupe do Sr. Bush. E não deixa de ser coincidência que os ataques mais graves ao Líbano (um mesmo a Beirute) se estão a dar nesta altura.
Mas, estávamos a falar em Cuba, que é para aqui chamada a guerra do Líbano?
A verdade é que a máquina propagandista norte-americana está a fazer todos os possíveis para desviar as atenções do Líbano para Cuba, tentando dar mais relevo à delegação de poderes, provisória, como já referi e é de bem salientar, de Fidel do que às atrocidades cometidas diariamente pelo "amigo" país de Israel...
Teoria da conspiração? Claro que não. Penso que qualquer pessoa inteligente e atenta se apercebe dos meandros sujos da política externa norte-americana. E, a televisão em Portugal e na Europa passa apenas o que se passa nas tv's dos EUA: Os coitadinhos dos reprimidos, que por abastados serem e não quererem perder os seus valiosos bens materiais foram exilados... Ninguém se preocupa com o estado de saúde de Castro... resignou... nem que seja provisoriamente, vamos celebrar à morte do ditador... Não há câmaras para filmar as centenas de milhar de cubanos que se manifestam para que este regime continue. Não há câmaras para filmar as vigílias pela saúde de El Comandante.
Pois, não há câmaras, não acontece! Pois se aconteceu, é bom que não se lembre! É esta a verdadeira questão de Cuba... O que não acontece e se faz querer que aconteceu (a queda de um regime) e a omissão daquilo que realmente aconteceu e que deveria ser lembrado... Um país que apesar de um bloqueio estúpido de um país ainda mais estúpido, consegue ter o melhor sistema de saúde do mundo e a mais baixa taxa de analfabetismo na América Latina!
Pois não filmam as câmaras, mas faço questão que se lembre o que não merece ser esquecido e que se esqueça o que não merece ser lembrado... Resta-me desejar as melhoras a El Comandante e que Cuba não se deixe caír às mãos do Império... Viva la Revolución!

quinta-feira, agosto 03, 2006

From kids to kids

Quem de nós, não gosta de trazer calçado uma boa sapatilha Nike, Adidas ou Reebok? Quem de nós nunca se divertiu jogando com uma bola de futebol da Nike ou Adidas? Sem dúvida que a qualidade destas marcas é indubitável e que se pagamos a marca, não damos o dinheiro por mal empregue.
Mas, em que condições são feitas as bolas de futebol, as sapatilhas, as roupas desportivas que nós gostamos? Exactamente aquelas que têm escrito Made in Indonesia, Pakistan, Bangladesh, Vietnam?
Como sabemos, tratam-se todos de países do 3º Mundo, o chamado mundo descivilizado. A verdade é que as empresas dos chamados países civilizados abrem fábricas nestes países porque a mão de obra é mais barata, e os direitos dos trabalhadores são poucos ou nenhuns. É esta a infeliz verdade. Para que duas horas de prazer desportivo sejam gozadas por cada um de nós, habitantes do mundo civilizado, cada um do outro mundo, trabalhará 14, 16 horas, sem condições, a troco de quase nada. Pior que isso, é que enquanto as crianças de Portugal, da Alemanha, dos EUA, de Inglaterra, correm livremente pelos campos de futebol com as suas sapatilhas Adidas e jogando com as bolas Nike, outras crianças do Bangladesh, do Paquistão, da Indonésia, correm descalças para as fábricas dessas mesmas marcas, onde todas sujas e infelizes, terão a só companhia das sapatilhas e bolas que cosem. E à noite, se ainda houver cabeça, ou sequer vontade de sonhar, sonharão que um dia poderão ter um campo relvado onde poderão jogar um jogo de futebol com os seus amigos, e aí sim, estarão a sorrir... E aí há muita comida e os pais estão a ver. Os pais e os irmãos... Esses mesmos que amanhã irão trabalhar mais 16 horas a troco de quase nada, enquanto outros, indiferentes, sorriem e divertem-se e chegam a casa e terão a mãe e o pai, os avós e os irmãos, um ou outro amigo, e a mesa cheia.
Vivem uns de sonhos porque não podem. Vivem os outros como querem...

terça-feira, agosto 01, 2006

Lista de Devedores, já na Internet!

Finalmente, a medida mais esperada do Verão! Agora os portugueses podem ver aqui a lista dos contribuintes ao fisco. É sem dúvida uma política populista, mas acho que irá ser bem útil, aliás, já se revelou útil, pois fez com que muita gente envergonhada pagasse aquilo que devia antes da publicação das ditas listas. Curiosidade ou não, a verdade é que não aparece o nome de nenhuma pessoa famosa na lista...
O que é certo é que o Correio da Manhã, com a credibilidade que lhe é reconhecida, publicou alguns nomes e valores de grandes devedores onde se encontram José Veiga, Gilberto Madaíl e Herman José! E é também estranho que num país onde se fala de uma enorme evasão fiscal apareçam só nomes de 288 devedores... Estranhezas que serão corrigidas com o cruzamento de dados já a partir de Setembro, isto segundo o estado. Entretanto, muitas pessoas falaram e com razão, que o estado também devia publicar a lista dos seus credores e claro, do montante das suas dívidas. Teixeira dos Santos já referiu que até ao fim do ano a lista estará publicada... Será que o governo consegue pagar o que deve até lá? Eu não me acredito. Provavelmente só lá para 2007, 2008 aparecerá a primeira lista dos credores do estado, até porque já se conhece a capacidade de cumprir prazos do governo!
Bem, para já, chega o divertimento de encontrarmos alguém nosso conhecido nessas listas e claro, o corte e costura das nossas vizinhas que por mera curiosidade foram investigar o site do ministério das Finanças.