quinta-feira, agosto 03, 2006

From kids to kids

Quem de nós, não gosta de trazer calçado uma boa sapatilha Nike, Adidas ou Reebok? Quem de nós nunca se divertiu jogando com uma bola de futebol da Nike ou Adidas? Sem dúvida que a qualidade destas marcas é indubitável e que se pagamos a marca, não damos o dinheiro por mal empregue.
Mas, em que condições são feitas as bolas de futebol, as sapatilhas, as roupas desportivas que nós gostamos? Exactamente aquelas que têm escrito Made in Indonesia, Pakistan, Bangladesh, Vietnam?
Como sabemos, tratam-se todos de países do 3º Mundo, o chamado mundo descivilizado. A verdade é que as empresas dos chamados países civilizados abrem fábricas nestes países porque a mão de obra é mais barata, e os direitos dos trabalhadores são poucos ou nenhuns. É esta a infeliz verdade. Para que duas horas de prazer desportivo sejam gozadas por cada um de nós, habitantes do mundo civilizado, cada um do outro mundo, trabalhará 14, 16 horas, sem condições, a troco de quase nada. Pior que isso, é que enquanto as crianças de Portugal, da Alemanha, dos EUA, de Inglaterra, correm livremente pelos campos de futebol com as suas sapatilhas Adidas e jogando com as bolas Nike, outras crianças do Bangladesh, do Paquistão, da Indonésia, correm descalças para as fábricas dessas mesmas marcas, onde todas sujas e infelizes, terão a só companhia das sapatilhas e bolas que cosem. E à noite, se ainda houver cabeça, ou sequer vontade de sonhar, sonharão que um dia poderão ter um campo relvado onde poderão jogar um jogo de futebol com os seus amigos, e aí sim, estarão a sorrir... E aí há muita comida e os pais estão a ver. Os pais e os irmãos... Esses mesmos que amanhã irão trabalhar mais 16 horas a troco de quase nada, enquanto outros, indiferentes, sorriem e divertem-se e chegam a casa e terão a mãe e o pai, os avós e os irmãos, um ou outro amigo, e a mesa cheia.
Vivem uns de sonhos porque não podem. Vivem os outros como querem...

6 comentários:

Anónimo disse...

Ya. Faz m lembrar uma cena que aconteceu comigo... Um puto andava todo orgulhoso porque o seu brinquedo era "made in china".
Andava aos berros: O MEU BRINQUEDO FOI FEITO NA CHINA! PORQUE AQUI DIZ MADE IN CHINA!!
Essa fala repetiu-se até que o sangue no meu cérebero entrou em ebulição e eu respondi: VÊS QUE BOM? PROVAVELMENTE FOI FEITO POR UMA CRIANÇINHA COMO TU, AGORA DESAPAREÇE!
Aínda bem que nem falaste do roubo que é o que pagas pelos produtos (sapatilhas por ex).
Vi numa revista por ex... s as sapatilhas custam 70Euros, o que elas valem (fora gastos de transporte e acrescimos por comercio, ou seja contando apenas material e mao de obra) é 20Euros ou menos. Incrivel :|
Fica bem

Tiago disse...

Bem eu concordo contigo, e acho que isto é escravatura por parte das marcas, a quem lhes faz as sapatilhas e é exploração se é que não se pode dizer roubo a quem as compra. Bem olha passa pelo meu blog e vê o visual novo daquilo, Inda não tá acabado mas acho que tá a ficar catita. Bem, tb espero que faças um post sobre aquele suposto cantor de 1,20 de altura que por acaso tem o nosso nome, que não sabe cantar e que entra nos morangos com açorda.

mac disse...

É o que dá o mundo girar em torno do dinheiro. Muitas fábricas deslocalizam-se para estes países por a mão de obra ser barata, mas é assim à custa das condições laborais.Se estes países tivessem as mesmas condições que nós, o preço seria até mais caro, para pagar a logística. Convém à sociedade ocidental haver sempre meia dúzia de miseráveis para poderem ser explorados.

Aragana disse...

Já sabia disso... mas nao são só essas marcas.. olha que, por exemplo, a Nestle compra chocolate plantado e apanhado por crianças...

Bom fim de semana e obrigado pela visita!

Anónimo disse...

É uma vergonha a exploração infantil, e não se pense que acontece apenas nesses países, em Portugal, no Vale do Ave há casos destes às dezenas. Só se pode combater este problema com coragem e com inspecções constantes às empresas, concertadas com as autoridades socio-laborais.
Acerca deste assunto li um artigo muito interessante e que falava que na América do Sul, em que as crianças trabalham para sustentar a família, estavam-se a organizar uma espécie de "sindicatos" juvenis, que preconizavam que os jovens trabalhassem, mas apenas no tempo livre da escola e com salário negociado, podendo assim aprender o valor do dinheiro (enquanto meio de sobrevivência) e da responsabilidade... É uma solução que eu achei interessante...

Anónimo disse...

é triste..mas o k é k eu poço fazer...n comprar sapatos da nike, adidas, reabook, deixar de comer chocolates...se fosse assim, tanta coisa que deixaria de comprar se pelo menos o mundo tivesse mais conhecimento sobre a exploraçao infatil e realmente se preeocupasse com isso...fico com pena das crianças...