50 anos de Europa Unida (ou talvez não...)

Hoje é um dia de festa um pouco por toda a União Europeia. Tocou-se o Hino da Alegria um pouco por essas vilas e cidades europeias como forma simbólica de assinalar 50 anos de uma Europa unida. Tudo porque Robert Schumann, entre outros, tiveram o sonho de que seria possível todos os países do velho continente unirem-se de forma a ficarem mais fortes.

Hoje em dia parte desse sonho está concretizado, visto termos já 27 países dentro da União Europeia. Mesmo assim há ainda muitos países que, com alguma razão, ainda não creem muito na viabilidade deste projecto e há outros, como a Inglaterra e a Suécia, que, mesmo dentro do projecto discordam de muito do que a União decide.

O grande problema é que o sonho de uma Europa unida, em que todos os países colaboram uns com os outros de modo a se enriquecerem, engrandecerem e fortalecerem mutuamente, é um pouco, para não dizer muito utópico. Não se pode pensar num sonho destes pondo de parte toda a longa história, a vasta e riquíssima cultura, toda a realidade social que compõe cada um dos países da união. Todos os países são demasiado orgulhosos para se entregarem de uma forma tão radical a um projecto comum.

Assim, aquilo que temos são algumas variantes desse sonho. Para os franceses a União Europeia significa todos os países da Europa unidos em torno de uma causa, mas de forma a que a França fique benificiada, para a Alemanha todos devem colaborar, sendo a Alemanha a peça fundamental, e assim sucessivamente. Cada um gosta de puxar para o seu lado e mesmo países como Portugal, a Irlanda ou a Polónia, que não têm a mesma importância geográfica, militar, estratégica e económica que os "grandes", tentam também ganhar influência, de modo a conseguir o melhor bocado.

O grande problema é que devido a todos esses interesses, o interesse principal, o sonho da Europa Unida passa para segundo plano. Por isso tem sido tão difícil implementar uma constituição europeia, uma constituição que fortaleça a união entre os estados e ao mesmo tempo conserve a individualidade de cada país. Por isso não se tem conseguido agradar a todos de igual forma.

Há ainda muitas barreiras que é preciso quebrar para que possamos construir uma Europa justa e equalitária, uma verdadeira União Europeia. É de salientar a grande vitória que foi para a União, a implementação da moeda única (ainda que os euros portugueses não valham metade dos franceses), mas mais que isso, o acordo histórico de Schengen, o passo mais importante, penso eu, dado até agora no sentido de uma Europa Unida.

Mas muito ainda tem que se fazer, como disse, muitas barreiras terão que ser quebradas, teremos que ter a certeza em relação ao nosso futuro, sem esquecer o nosso passado, para uma Europa melhor, para uma verdadeira Europa Unida!