No meu caminho de casa, dou comigo na corrente dessa gente que se arrasta. Pelo túnel do metro, no meio da confusão vejo toda essa multidão que faz o dia-a-dia sem destino. Muito poucos elementos dessa massa imprevisível de pessoas - a multidão - têm um destino, que não seja o das suas casas, o das compras, o de um pouco de diversão com os amigos, poucos têm intrínsecos neles um objectivo de vida, algo por que valha mesmo a pena lutar.
Têm um emprego que vai dando para suportar as despesas do quotidiano, quiçá a passeata ao Domingo, quiçá o almoço fora ao fim-de-semana, mas muitos daqueles que sonhavam ser super-heróis, astronautas, marinheiros, futebolistas, olhem para eles, agarrados a um PDA, ou de phones nos ouvidos, ou de braços cruzados, vendo a vida passar-lhes lenta e custosamente ao lado.
E esses são os que sonharam alguma coisa, pois muitos, nem nunca sonharam ser alguém, viveram desde crianças com o simples intuito de ir vivendo, de ir fazendo a vida, com aquela expressão muito portuguesa "cá se vai andando...".
E esses putos, que cresceram sem se ver, bastou pô-los em frente da televisão, em dois anos ou menos, saltam da fantasia do Disney Channel ou do Canal Panda, para a vida da noite. Não são, já, raros, os casos dos e das jovens que se iniciam na vida nocturna, nos bares e nas discotecas aos 13 anos de idade. E das gomas e dos chocolates passaram para o maço do tabaquito, e depois para o cannabis e para o Ecstasy e depois as drogas mais pesadas.
Depois há as misturas. Mistura-se tudo. Temos os shots misturados com ecstasy, com Xanax, com Viagra, e temos essas pessoas, esses que deviam ser os homens de amanhã, mergulhados no vício, com o corpo, o cérebro e a personalidade destruídas. E tudo, só porque queriam experimentar, porque queriam ser os mais cool daquela festa.
E porque queriam ser as mais cool da festa, e estavam podres de bêbedas e completamente possuída por alucinoigéneos e misturas francamente perigosas, deixaram-se ir na onda, e deixaram-le levar por um grunho qualquer, que, perdoem-me a expressão tão baixa "queria mandar a foda!". Deixam-se levar e esquecem-se ou querem-se esquecer dos preservativos (já me lembrei...Já me esqueci!) E depois queixam-se que estão grávidas aos 13, 14 ou 15 anos. Por uma noite inteira de prazer lixaram toda uma vida cheia de sonhos, projectos para um futuro perfeito, ou então não...
Sim, porque muitas vivem só para as compras e para serem as mais cool, e não têm um projecto de vida, algo pelo que lutar... É uma geração que tem tudo o que quer e nunca precisou de lutar por nada, talvez por isso uma geração rasca. E com os rapazes é igual. Ler a Bola e o Record, comentar Hi5 e Fotologs das miúdas, sim! Projectos para o futuro!? Que os façam os meus pais... Parece ser uma juventude algo desinteressada, algo indiferente ao que se passa, mas é de facto o que se passa. Quantos da minha idade estão interessados se está o Sócrates no governo ou outro ladrão, quantos desses jovens sabem de facto, a importância do 25 de Abril, quanto mais quem foi Salazar ou Álvaro Cunhal? Se souberem dizer que o Mário Soares é um velho bochechudo já têm o QI acima da média!
Enfim, esta juventude está perdida!
Sim, pareço as velhotas de sessenta e tal anos no corte e costura, mas em muito do que dizem têm muita razão. Antes procurava-se um emprego para a vida, uma mulher para a vida, uma família. Hoje procura-se o imediato, o inconsequente, o descartável. É o amor descartável e material, é uma bebedeira das fortes, esquecendo a ressaca do dia a seguir, é o esbanjar o dinheiro para dançar uma noite inteira ao som de dois acordes (e já é muito) e puntz-puntz! Os pais pagam! E não só pagam, como os negligenciam desde as dez ou onze da noite e vão buscá-los às tantas mais algumas. O que recebem? No mínimo uns insultos ingratos, no máximo um neto inesperado.
E eu podia estar aqui a falar e falar, a comentar, dissertar, tanta, mas tanta coisa, que está mal nesta juventude, nesta geração maioritariamente rasca na qual me insiro, unica e exclusivamente por ter a mesma idade, mas prefiro também deixar espaço aos leitores nos comentários para dizerem o que vai mal nesta juventude... O que vai mal neste mundo tão rotineiro... O que leva tanta gente à corrente desta gente que se arrasta...
Têm um emprego que vai dando para suportar as despesas do quotidiano, quiçá a passeata ao Domingo, quiçá o almoço fora ao fim-de-semana, mas muitos daqueles que sonhavam ser super-heróis, astronautas, marinheiros, futebolistas, olhem para eles, agarrados a um PDA, ou de phones nos ouvidos, ou de braços cruzados, vendo a vida passar-lhes lenta e custosamente ao lado.
E esses são os que sonharam alguma coisa, pois muitos, nem nunca sonharam ser alguém, viveram desde crianças com o simples intuito de ir vivendo, de ir fazendo a vida, com aquela expressão muito portuguesa "cá se vai andando...".
E esses putos, que cresceram sem se ver, bastou pô-los em frente da televisão, em dois anos ou menos, saltam da fantasia do Disney Channel ou do Canal Panda, para a vida da noite. Não são, já, raros, os casos dos e das jovens que se iniciam na vida nocturna, nos bares e nas discotecas aos 13 anos de idade. E das gomas e dos chocolates passaram para o maço do tabaquito, e depois para o cannabis e para o Ecstasy e depois as drogas mais pesadas.
Depois há as misturas. Mistura-se tudo. Temos os shots misturados com ecstasy, com Xanax, com Viagra, e temos essas pessoas, esses que deviam ser os homens de amanhã, mergulhados no vício, com o corpo, o cérebro e a personalidade destruídas. E tudo, só porque queriam experimentar, porque queriam ser os mais cool daquela festa.
E porque queriam ser as mais cool da festa, e estavam podres de bêbedas e completamente possuída por alucinoigéneos e misturas francamente perigosas, deixaram-se ir na onda, e deixaram-le levar por um grunho qualquer, que, perdoem-me a expressão tão baixa "queria mandar a foda!". Deixam-se levar e esquecem-se ou querem-se esquecer dos preservativos (já me lembrei...Já me esqueci!) E depois queixam-se que estão grávidas aos 13, 14 ou 15 anos. Por uma noite inteira de prazer lixaram toda uma vida cheia de sonhos, projectos para um futuro perfeito, ou então não...
Sim, porque muitas vivem só para as compras e para serem as mais cool, e não têm um projecto de vida, algo pelo que lutar... É uma geração que tem tudo o que quer e nunca precisou de lutar por nada, talvez por isso uma geração rasca. E com os rapazes é igual. Ler a Bola e o Record, comentar Hi5 e Fotologs das miúdas, sim! Projectos para o futuro!? Que os façam os meus pais... Parece ser uma juventude algo desinteressada, algo indiferente ao que se passa, mas é de facto o que se passa. Quantos da minha idade estão interessados se está o Sócrates no governo ou outro ladrão, quantos desses jovens sabem de facto, a importância do 25 de Abril, quanto mais quem foi Salazar ou Álvaro Cunhal? Se souberem dizer que o Mário Soares é um velho bochechudo já têm o QI acima da média!
Enfim, esta juventude está perdida!
Sim, pareço as velhotas de sessenta e tal anos no corte e costura, mas em muito do que dizem têm muita razão. Antes procurava-se um emprego para a vida, uma mulher para a vida, uma família. Hoje procura-se o imediato, o inconsequente, o descartável. É o amor descartável e material, é uma bebedeira das fortes, esquecendo a ressaca do dia a seguir, é o esbanjar o dinheiro para dançar uma noite inteira ao som de dois acordes (e já é muito) e puntz-puntz! Os pais pagam! E não só pagam, como os negligenciam desde as dez ou onze da noite e vão buscá-los às tantas mais algumas. O que recebem? No mínimo uns insultos ingratos, no máximo um neto inesperado.
E eu podia estar aqui a falar e falar, a comentar, dissertar, tanta, mas tanta coisa, que está mal nesta juventude, nesta geração maioritariamente rasca na qual me insiro, unica e exclusivamente por ter a mesma idade, mas prefiro também deixar espaço aos leitores nos comentários para dizerem o que vai mal nesta juventude... O que vai mal neste mundo tão rotineiro... O que leva tanta gente à corrente desta gente que se arrasta...