A Terra jazia moribunda perante si própria, destruída pela impetuosidade e superioridade daquela que se julgara outrora ser a sua melhor criação. A humanidade evoluíra de uma forma exponencial, num ritmo frenético de invenções e novas criações, a cada dia, a cada hora, a cada instante, tudo parecia caminhar para a perfeição. O Homem já não só era dono de si, era dono da Natureza, do Universo... Julgava-se que sim... Não podiam estar mais enganados! A sensação de controlar tudo, de ter o poder sobre tudo, levou o Homem a um ciclo vicioso de dependência mórbida de mais, mais e mais. Essa constante insatisfação, sede de poder, ganância sôfrega, levou-o ao ódio, à violência, à guerra, à destruição, à morte, ao Apocalipse.
Pestes, pragas, poluição, corrompiam-nos as veias; Altas voltagens, fumo e radiação derretiam-nos os cérebros; e ódio, inveja, ganância continuavam a alimentar a sede demoníaca dos nossos obnubilados cérebros. Mesmo no fim, numa altura de extrema escassez e mortalidade, não houve união entre os homens. Se uma poça de água havia, quem a encontrasse primeiro que a bebesse, se outro aparecia lutava-se! O mais reles e puro instinto animal! O problema é que até aí nunca o Homem, apesar de se achar racional, superior e poderoso, deixara esse instinto de parte. Lutar sempre pelo melhor bocado... Um campo mais fértil, uma mina mais produtiva, um rio mais limpo, uma floresta mais rica, um deserto com mais petróleo... Tempos houvera em que, para se evitarem as guerras, existia uma tal de diplomacia... Tretas! Diplomacia, democracia, paz, união, fraternidade, liberdade, igualdade... que palavra tão lindas! Mas quando aparece uma única palavra: PODER, tudo o resto é pó! E era ao que a humanidade, o mundo estavam reduzidos... Pó! Os montes, outrora vastos e verdejantes eram entulho de lixo, muito do qual radioactivo, os rios, com os seus recantos de beleza extrema, onde muitas crianças aprenderam a nadar, e muitos amantes aprenderam a amar, eram piores que esgotos: ou estavam secos ou corria neles um líquido viscoso, peganhento, nauseabundo... o muco da morte. E o céu... Azul? com nuvens? chuva? Não! Negro, radioactivo, pedaços de lama negra escorriam, até sangue caía do céu! Pó... Fora nisto que o mundo se tornara.
Os anos iam passando penosos para os que moribundamente iam sobrevivendo, cada vez menos. Ninguém confiava em ninguém. Sabiam que se alguém se aproximasse, algum dos dois iria morrer. Mas as armas já tinham acabado. Os carros e as fábricas há anos que não debitavam fumo. Contudo, as suas consequências continuavam bem marcadas na superfície do globo, não mais o planeta azul, cada vez mais o planeta negro. Negro, sombrio e tranquilo... de morte! O silêncio sepulcral era, agora, a imagem de marca do mundo. Apenas de vez em quando um último grito agoniante, mas cada vez menos se ouvia esse grito de morte, até porque eram cada vez menos os suspiros de vida. As luzes estavam-se a apagar, tudo apontava para o Juízo Final...
Mas miraculosamente, passados tantos anos de sofrimento mergulhados em escuridão total, tantos que a memória e a ausência de Sol não permitiram contar, a Terra, como sempre, e num último sufoco para a sua sobrevivência, começava a dar a volta. Pequenos raios de luminosidade começaram a irromper pelos céus acabrunhados, começaram a desabrochar as primeiras flores, alguns animais começavam-se a aventurar fora das suas toca. Água! Água límpida começou a brotar das montanhas. A Terra não morrera! A ferro e fogo, com armas, fumo e radiação, o Homem destruiu tudo o que a Terra tinha de bom, tudo o que durante milhares de milhões de anos demorara a fazer fora destruído por um único ser com existência curta. O Homem queimou a natureza... Mas das cinzas, renascera a Fénix, o pássaro de fogo, que trouxe a esperança de novo ao planeta! Fénix, o renascer do Mundo.
Pestes, pragas, poluição, corrompiam-nos as veias; Altas voltagens, fumo e radiação derretiam-nos os cérebros; e ódio, inveja, ganância continuavam a alimentar a sede demoníaca dos nossos obnubilados cérebros. Mesmo no fim, numa altura de extrema escassez e mortalidade, não houve união entre os homens. Se uma poça de água havia, quem a encontrasse primeiro que a bebesse, se outro aparecia lutava-se! O mais reles e puro instinto animal! O problema é que até aí nunca o Homem, apesar de se achar racional, superior e poderoso, deixara esse instinto de parte. Lutar sempre pelo melhor bocado... Um campo mais fértil, uma mina mais produtiva, um rio mais limpo, uma floresta mais rica, um deserto com mais petróleo... Tempos houvera em que, para se evitarem as guerras, existia uma tal de diplomacia... Tretas! Diplomacia, democracia, paz, união, fraternidade, liberdade, igualdade... que palavra tão lindas! Mas quando aparece uma única palavra: PODER, tudo o resto é pó! E era ao que a humanidade, o mundo estavam reduzidos... Pó! Os montes, outrora vastos e verdejantes eram entulho de lixo, muito do qual radioactivo, os rios, com os seus recantos de beleza extrema, onde muitas crianças aprenderam a nadar, e muitos amantes aprenderam a amar, eram piores que esgotos: ou estavam secos ou corria neles um líquido viscoso, peganhento, nauseabundo... o muco da morte. E o céu... Azul? com nuvens? chuva? Não! Negro, radioactivo, pedaços de lama negra escorriam, até sangue caía do céu! Pó... Fora nisto que o mundo se tornara.
Os anos iam passando penosos para os que moribundamente iam sobrevivendo, cada vez menos. Ninguém confiava em ninguém. Sabiam que se alguém se aproximasse, algum dos dois iria morrer. Mas as armas já tinham acabado. Os carros e as fábricas há anos que não debitavam fumo. Contudo, as suas consequências continuavam bem marcadas na superfície do globo, não mais o planeta azul, cada vez mais o planeta negro. Negro, sombrio e tranquilo... de morte! O silêncio sepulcral era, agora, a imagem de marca do mundo. Apenas de vez em quando um último grito agoniante, mas cada vez menos se ouvia esse grito de morte, até porque eram cada vez menos os suspiros de vida. As luzes estavam-se a apagar, tudo apontava para o Juízo Final...
Mas miraculosamente, passados tantos anos de sofrimento mergulhados em escuridão total, tantos que a memória e a ausência de Sol não permitiram contar, a Terra, como sempre, e num último sufoco para a sua sobrevivência, começava a dar a volta. Pequenos raios de luminosidade começaram a irromper pelos céus acabrunhados, começaram a desabrochar as primeiras flores, alguns animais começavam-se a aventurar fora das suas toca. Água! Água límpida começou a brotar das montanhas. A Terra não morrera! A ferro e fogo, com armas, fumo e radiação, o Homem destruiu tudo o que a Terra tinha de bom, tudo o que durante milhares de milhões de anos demorara a fazer fora destruído por um único ser com existência curta. O Homem queimou a natureza... Mas das cinzas, renascera a Fénix, o pássaro de fogo, que trouxe a esperança de novo ao planeta! Fénix, o renascer do Mundo.
Epílogo
Ao Homem... Coube-lhe o Julgamento Final. Não foi um Cristo, ou um anjo descido dos céus que o fez, foi o próprio Homem, embaraçado, envergonhado, pela situação que ele próprio havia criado, pôs a mão na consciência e pediu perdão, mostrou o mais profundo arrependimento, no último grito com as útlimas forças que tinha...
Deus ouviu-o! Diz-se que Deus perdoa tudo e, se Deus existe, perdoa de facto tudo, ao Homem foi dada a oportunidade de começar tudo de novo. Um daqui, outro dali, foram-se juntando em pequenos grupos, depois tribos, fixaram-se em aldeias, depois as primeiras cidades... O ciclo recomeçara, mas desta vez os homens tinham presente tudo aquilo que havia sido o passado, as trevas, o período em que estiveram quase a desaparecer, mas Deus, criam eles, salvara-os.
As histórias do tempo das trevas ficaram registadas, mas também o tinham ficado, antes, as histórias bíblicas do Dilúvio, da Torre de Babel, do Êxodo, um livro inteiro de histórias moralistas, reais, mas deturpadas ao longo dos séculos e que perderam o significado ao longo das gerações. Por mais que a Terra ou Deus nos dêem novas oportunidades, nunca as saberemos aproveitar, é a triste condição humana. Erramos, aprendemos com os erros e, quando estamos bem, esquecemo-nos dos erros que cometemos. É um ciclo, o ciclo vicioso em que estamos para sempre encarcerados.