sábado, setembro 29, 2007

Hipocrisias ambientais

Antes de mais, queria pedir desculpa aos caros e assíduos leitores deste blog, que durante os últimos 9 dias não tiveram a oportunidade de visualizar um post novo neste espaço informático, vulgo blog, mas "pront's", vocês sabem como é a primeira semana da Faculdade... Praxes e tal, uma pessoa não faz nada de jeito e acaba é por não ter tempo para mais nada!
No entanto, esta minha mudança de lugar, de ritmo, de vida deu origem a que novos pensamentos surgissem na minha cabeça, aliás, que pensamentos que já tinha antes fossem aprofundados. Hoje vou falar de transportes públicos.
Eu antes usava os transportes públicos apenas em situações muito esporádicas, até porque ia sempre a pé para a escola (diga-se que ainda usava menos o automóvel). Mas isso era aqui nesta cidade da Beira Alta, que depois de ir para o Porto, bem me a questiono se deveria ser mesmo cidade... Mas adiante.
Agora, vou sempre de autocarro para a faculdade. E digo-vos, a viagem é tranquila, sem grandes sobressaltos, trânsito às vezes entupido (claro! Não tanto como em Oliveira do Hospital à hora de os papás deixarem os putos na escola), mas faz-se bastante bem. O problema é que não há uma linha directa, do sítio onde eu moro, até à faculade. Ou seja, tenho de andar 10 minutos a pé para apanhar o autocarro, ir no autocarro entre 20 a 25 minutos e depois fazer mais 12 minutos para a faculdade. Isto porquê? Porque nos STCP, só há para aí uns 6 ou 7 autocarros, efectivamente, directos, o resto anda às voltinhas, praticamente para não sair do sítio! E segundo sei, antes ainda era mais ou menos o serviço, mas houve uma restruturação... Bom, e se querem que vos diga, a maior parte das carreiras não serve para nada!
É tão absurdo, que às vezes uma pessoa se fosse a pé chegava mais perto ao destino. E depois, as grandes funções dos autocarros deixam de existir! As pessoas preferem os carros e, mesmo os autocarros, por si, são menos ecológicos.
Outra grande hipocrisia ambiental são por exemplo aquelas linhas de combóio, que em vez de serem melhoradas (pela primeira vez desde os anos 50, para aí, não!) são fechadas, por ineficiência. Pois, se fossem melhoradas e electrificadas, talvez os passageiros preferissem andar de comboio do que de autocarro... Diga-se, para além de serem muito menos poluentes, é outro conforto! Senhores governantes! Não precisamos de um TGV, só precisamos de ligações ferroviárias ao interior com condições.
Depois venham-me cá os dias europeus sem carros, as semanas da mobilidade, os primeiros-ministros todos "pipis" com um capacete de bicicleta na testa a dizer... Blá, blá... choque tecnológico... blá, blá, blá... Energias renováveis... blá, blá... Mas depois, são os primeiros a exibirem-se com os seus Mercedes e Audis de luxo (Deles!? Porra! Que fomos nós que os pagámos!). Enquanto não tivermos uma rede de transportes realmente eficiente, realmente coordenada, não se vai conseguir que mais pessoas adiram, e muito menos, baixar as emissões de CO2.
Na minha opinião pessoal, acho aliás, que um carro seria um luxo desnecessário, se os transportes públicos tivessem as condições necessárias. Claro que, como o ser humano tem muita mania que é bom e gosta de mostrar que é rico, tal nunca irá acontecer, nomeadamente, numa sociedade tão capitalista, despesista e anti-ambiental!

Só espero que não abramos os olhos tarde demais...

quinta-feira, setembro 20, 2007

Prison Break

O novo Código Processo Penal é absurdo! Qualquer pessoa no seu perfeito juízo seria incapaz de aprovar, ou legislar tal coisa. O que é certo é que tal aconteceu, e, se bem me lembro, dentro de um tal "pacto para a justiça" que o PS fez com o PSD! Porque isto, já que é para fazer asneira, ao menos fazem os políticos em bloco!
Esta é uma legislação que diz que, qualquer que tenha sido o crime que alegadamente cometeu, nenhum suspeito pode ficar em prisão preventiva mais do que 18 meses (1 ano e meio). Sim, concordo que é absurdo haver pessoas, que cometeram crimes menores, durante 3 e 4 anos em preventiva, mas sem dúvida que é mais absurdo deixar um Serial Killer ou um assaltante perigoso sair, só porque está há 18 meses dentro... "Oh! Coitadinho do nosso presidiário. Não pode estar mais de 18 meses preso porque é desumano". Pá! Um homicida é sempre um homicida, matou pessoas! Deixa-mo-lo sair só porque "passou o prazo de validade"? Isto é de loucos.
E uma loucura vai ser o nosso país nos próximos meses com esta "fuga em massa" legalizada. Acho piada. Os tipos do Prision Break tiveram de inventar um engenhoso e arriscado estratagema para conseguirem fugir de uma prisão. Os presos portugueses tiveram apenas de esperar, nas suas celas, que estes incompetentes fizessem esta nova legislação!
Agora é vê-los fugir! Para o Brasil, para as Seyscheles, para esses off-Shores todos e nós a dizermos Bye-bye! Bom, mas ao menos, as prisões já não ficam sobrelotadas e temos mais e melhores condições para os presos.
É pena que o esta lei se prenda mais com estas questões fúteis e não vá às questões de fundo. Porque é que não há pena de prisão perpétua em Portugal? Porque é que os incendiários vão presos um ano, para voltarem depois para a "nova época" de incêndios? Porque é que os advogados podem interpor recurso atrás de recurso, sobre recurso, fazendo a justiça ficar atrasada? Será que a justiça não é justa, passo a redundância, para todos? Estas são as verdadeiras questões de fundo da justiça... Tudo o mais que se fizer, será pão para enganar a fome!

sábado, setembro 15, 2007

Fracos!

Fracos não são os velhos. Como costumamos chamá-los? Ah! Pois, trapos! Pois, mais fracos são os que vêem os "trapos", de mãos cruzadas, e não ajudam os pobres dos velhos...
Fracos não são os que dependem de outrem para ganhar o pão. Não é o Zé Trolha que verga a mola. Fraco é o patrão que despede, depois do nobre serviço prestado, por cartinha, sem ter a coragem, sequer, de olhar o empregado nos olhos...
Fraco não é o pedinte, mas quem o deixou na sua miserável condição!
E fraco é o pedinte que se entrega à sua condição, sem dar a outra face.
E fraco é o que vê o pedinte, mas o ignora, como que dizendo "Não tenho culpa que sejas um pobre e miserável vadio. Vai-te, ó criatura imunda, deste mundo!"
E o pedinte, entrega-se ao seu vício, talvez a única réstia que lhe sobrou da sociedade... Tabaco! Tabaco que vai comprando com o pouco que ganha, da esmola que pede aos fracos que passam. Fracos também são se lhe derem a esmola. Fortes serão se lhe derem a mão!
Mas quem dá a mão? Quem dá, sequer, uma unha roída dum dedo mindinho? Dás tu? Eu também não.
Mudar a sociedade? Para quê? A sociedade é fraca, é um facto, mas fraco é também o homem. E o nível da sociedade não estará muito acima do nível do pedinte. Que é a sociedade senão um conjunto de vícios, pregões e reivindicações?
Uma sociedade vendida ao vício do capital, sem o qual ninguém subsiste. Onde tudo gira à volta das subidas do preço do petróleo, das taxas de juro, de défices e crescimentos económicos. E são mais os vícios da sociedade. O tabaco, o álcool, a vida boémia, as drogas. Mas se há vício que as pessoas têm é mesmo de se queixar! É uma sociedade queixosa. Como o pedinte, todos se queixam da vida dura e miserável que levam, mas nada mais faz para a mudar, senão pedir esmola, senão pedir que venha um Messias para nos salvar!
Pois, o Messias veio. Veio e tentou-nos salvar. As suas palavras foram para a nossa salvação. Mas ouvimo-las? Será que houve alguém que ouviu verdadeiramente o que Ele disse? Deve ter havido. Mas se houve, foi rapidamente eliminado da memória, das páginas da história, pela sociedade. Por esta mesma sociedade... Fraca, dormente, decadente, viciada...Uma sociedade que é de homens, mais do que de valores.
Talvez a sociedade não exista para ser justa... Talvez o homem não queira ser justo... Talvez esta tenha de ser mesmo uma sociedade fraca!

terça-feira, setembro 11, 2007

11 de Setembro - O verdadeiro atentado

Podemos acreditar ou não nas teorias da conspiração que se geraram à volta dos atentados de 11 de Setembro, mas, independentemente disso, há factos indesmentíveis que não podemos ignorar.
Poucos dias depois dos atentados, já os EUA tinham juntado todos os seus amigos na sua luta contra o "terrorismo". Atacaram o Afeganistão com o pretexto de encontrar Bin Laden. Ainda hoje não sabemos por onde anda! Talvez seja bom deixá-lo andar à solta, porque assim sempre se pode atacar mais uns países com o intuito de o procurar. Depois foi o Iraque, para encontrar as armas de destruição maciça. Enforcou-se um homem, suicidaram-se mais uns quantos, destruíram-se relíquias dos primórdios da civilização (Se isto é civilização, é bom que não se deixem muitas marcas, também...) e a única arma de destruição maciça que vejo é o exército americano, que já matou centenas de milhares de Iraquianos inocentes!
E se pensamos que a nós, ocidentais, isto nada afectou, fiquemos enganados. A subida dos preços do petróleo é, em grande parte, devido à instabilidade no Médio Oriente, fruto da crescente tensão provocada pelos atentados. Mas o pior, foi que os nossos governantes, aproveitando-se do nosso medo, com o pretexto da "segurança" e da "luta contra o terrorismo" fizeram um ataque às nossas liberdades individuais e alguns direitos que há muito tínhamos conquistado.
Para além disto tudo, a vasta comunidade islâmica nesse mundo fora, está a sofrer uma discriminação e perseguição, bem semelhante aos judeus da Alemanha de Hitler.
E estes foram os verdadeiros atentados de 11 de Setembro. Não foram só 2 aviões a bater com duas torres, não foi a morte de três mil e tal pessoas, foi um mundo inteiro que mudou a mentalidade, o olhar. É um mundo mais alerta e um mundo mais perigoso... Para todos!

E já agora... Dois vídeos, que mostram os verdadeiros atentados...



sábado, setembro 08, 2007

Show para tugas!

Ena pá! Tanta gente... E há grades e polícias e tudo! Esta foto será do quê?
a) É a passadeira vermelha para os óscares;
b) Vai sair o primeiro-ministro e a malta está à espera para lhe arremessar com tomates podres;
c) É a entrada para a PJ de Portimão.
Não é a a) porque não há óscares em Portugal e o empedrado é tudo menos passadeira... Tudo menos vermelho. Bom, talvez ficasse vermelho se José Sócrates saísse por aquela porta e fosse arremessado com tomates podres... Mas infelizmente não é disso que se trata.
Ah! Pois. A extremosa mãe de Madeleine Mccann (isto citando a ironia de Moita Flores) passou, assim num ápice, de vítima a suspeita. De coitadinha e pobrezinha a má da fita. E se os tugas já estavam muito interessados na históriazinha da coitadinha, quando ela, e já agora, o pai, passam a maus da fita, é que a história começa a meter pica. Vai daí, bora lá perder uma tarde de praia para aparecermos como fundo na TV, aproveitamos e mandamos umas bocas para a senhora!
Isto, meus amigos, é um verdadeiro espectáculo para o Tugus Vulgaris. Vaiar alguém que está em baixo, aplaudir a desgraça dos outros! Querem ver maiores fanáticos do "Culto da Tragédia"?
Quando há incêndios, a malta, em vez de ir para lá ajudar a apagar os fogos, fica no seu carrinho, a uma distância considerável (não demais para poder ver as labaredas como deve ser) para ver o espectáculo! "Ena pá! Casas a arder! Que fixe!". Quando há um caso mediático, lá vêm as peixeiras do Bolhão todas para vaiar os criminosos... Chama-se "Eu cá fazia justiça pelas minhas próprias mãos". E se voltar a haver um terramoto em Lisboa, com Tsunami e tudo, pensam que a malta vai toda para o Castelo, porque está mais alto? Se for para o Castelo, é para ver o acontecimento duma vista panorâmica, mas tuga que se preze vai para o Terreiro do Paço para estar em cima do acontecimento!
Somos um povo esquisito! O que é que se há de fazer?

quinta-feira, setembro 06, 2007

Verão quente

No início deste ano os meteorologistas anunciavam este Verão como um dos mais quentes e secos do ano. Tivemos um Julho em que andámos a perguntar pelo Verão, um Agosto, em que ora chovia, ora estava vento e, agora, finalmente chega Setembro, mais quente que os outros dois, acompanhado dos devidos (e já demasiado habituais) incêndios... e duma vaga crescente de criminalidade.
Senão vejam, um empresário da noite do Porto assassinado ainda a semana passada. Anteontem, um assalto a um banco, ontem, mais dois assaltos a bancos, hoje, um assalto a um museu de ourivesaria e a uma joalharia, sendo roubadas peças com valor incalculável! Já para não falar do crime que é a nossa Ministra da Educação aparecer na televisão!
E agora, perguntam, porquê? Porquê agora, esta criminalidade, à qual temos passado imunes nos últimos anos? Bom, acabaram as férias, o pessoal excedeu-se um pouco (e não é preciso muito) nas jantaradas, nos hotéis, nas saídas e... Eh Pá! Que estou teso! Vai daí, sem tusto, sem valores (vivemos uma crise económica, mas também de valores) vou ali assaltar um banco e já venho... Bom, ou então fujo para o Brasil!
E não é preciso mais. Agora o bode expiatório é a ETA. Qual ETA, qual quê, o pessoal está liso, descontente, há muito que perdeu o rumo da vida, há que arriscar, perder a cabeça. Acho errado e não os condeno... Que crime é roubar um banco? Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão!

E tenho dito!

segunda-feira, setembro 03, 2007

Novos Lusíadas

Há mais de quatro séculos, esse grande ícone da literatura portuguesa e mundial, que foi Luís Vaz de Camões, escreveu os Lusíadas enaltecendo a pátria lusitana. Desde aí tudo mudou, e por isso decidi fazer uma emenda a essa grande obra, que serve, não para denegrir a imagem do poeta (dado que estou a anos-luz do seu engenho), mas para enaltecer os grandes feitos... Perdão! As grandes merdas que se têm feito neste país...


As escolas e os SAP's encerrados,
Por toda a vasta terra lusitana,
Direitos que outrora consagrados,
Vemos cortados semana após semana
E os demais disparates pegados
Por um governo que só nos engana,
Para esta rica terra se cagaram
E o heróico povo tanto aldrabaram!

E também memórias tumultuosas
Dos broncos que nos foram governando
A Fé, e as autarquias ruinosas
Que por dentro nos vão dilacerando,
E aqueles que por manobras caprichosas
Se vão através da cunha infiltrando,
Dão música, espalhando em toda a parte
A corrupção com engenho e arte.

Cessem as tarjas em faixas de pano
Revoluções grandes que se fizeram;
Cale-se quem cometeu o engano
De se insurgir contra o que eles fizeram;
E o peito outrora ilustre Lusitano
Foi vendido aos que mais ofereceram.
Cesse a liberdade que tanto se canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

E vós, abéculas minhas, pois criado
Tendes em mim um ódio repelente,
Fazeis proveito próprio do estado
Com o aplauso do Sr. presidente,
E o povo, vê-se, está revoltado
Mas sorrindo prossegue na corrente,
Neste país, por mais que a gente pene
Eles tiram tudo e há quem acene!

E hoje a fúria grande e sonorosa
Desta nação que já não estuda
É uma fama fútil desdenhosa
Nariz empinado e cara trombuda,
Ou uma bola redonda e airosa
Que diverte mas nunca ajuda.
E por tudo isto, este país submerso
Nunca mais será cantado em verso!