terça-feira, novembro 28, 2006

Portugal e as Cheias

Este fim de mês de Novembro não se tem falado de outra coisa. Como se já não bastassem os Verões em que as televisões nos bombardeiam com o choque, o horror dos incêndios, agora é a família que ficou sem tecto (isto porque se considerava como tecto uma placa de contraplacado), as lojas que ficaram todas encharcadas e todos os seus prejuízos ou as linhas de comboio que literalmente "foram por água abaixo". (Diga-se que se esta expressão fosse levada à letra em Portugal, havia cheias todos os dias).
E agora pergunto, será que Portugal é um país dos trópicos ou que sofra aquelas chuvas de monções que levam tudo por onde passam? Não... Basta vir uma chuvadazita mais forte e ficamos literalmente "submersos". Porquê?
Tudo começa, há uns bons 150 anos na revolução industrial. Com o êxodo rural em massa, as cidades começaram a não ter capacidade para sustentar tantas pessoas. Assim, começou algo que é de tradição exclusivamente portuguesa (claro que não é o futebol!) - a construção desordenada! Ele é casas plantadas em cima de cursos de água, ele é casas em zonas íngremes, de solos pouco seguros, ele é construir, construir, construir e só depois, e também à boa maneira portuguesa remediar, remediar, remediar...
Claro que, de há uns anos para cá, e seguindo os bons exemplos nórdicos, começaram-se a fazer estudos! Ele é estudos de impacto ambiental, ele é PDM, ele é estudos disto e daquilo... Ele é contratar uns não sei quantos engenheiros para fazerem uns tantos estudos iguais e ele é a gente a pagar para isto tudo. E é depois as câmaras a contratarem os amigos engenheiros, que até podem ser umas bestas e terem feito um estudo só para dizer que fizeram, mas que como são amigos, lá merecem mais umas coroas. E ele é depois obras à pressa, a remendar buracos 15 dias antes das autárquicas... E a meter tanta água, como queriam que não houvesse cheias!?
Não há condições... Não há, nem haverá, enquanto não se fizerem verdadeiros estudos, e não se fizer um plano de alto a baixo de restruturação do país. Tão simples como isso, e no entanto, ainda nenhum cabeça dura do governo lá chegou... Assim, lançam-se alertas laranjas, para que as pessoas arrumem o que é necessário em locais seguros, e depois... Ficar a ver a água subindo lentamente, vendo, tranquilamente, este país a ir por água a baixo... E se isto é assim com umas chuvadazitas, como será no Dia Depois de Amanhã?

sábado, novembro 25, 2006

Mascote de Natal

Porque já falta um mês para o Natal, a Mascote do Blog, vestiu-se a rigor...

Já só falta um mês!

Pessoal! Iupi! Iupi! Para os nossos dois leitores de Andrómeda e para o Xamã chanfrado que acabou de acordar algures na Papua Nova Guiné, fica a informação: Já só falta um mês para o Natal! Obviamente só aviso estas pessoas porque devem ser as únicas que ainda não deram conta que o Natal está aí...
É só sair à rua para descobrir isso... Será por estar frio? Será pelos míudos andarem mais excitados? Será pelas folhas já terem caído? Também, mas principalmente em tudo quanto é loja vê-se que o Natal está aí. Ele é pais Natal electrónicos a cantarem desafinados "Jingle-bells" à entrada das lojas dos trezentos e dos chineses. Ele é bolinhas e luzinhas em todas as lojas. Ele é neves artificiais, fitas, estrelinhas. Com tanta decoração que há para aí até parece que o Natal é já amanhã (E quantos não queriam isso...). Mas isto é aqui por estas cidades pequenas do interior, porque nas grandes metrópoles (em Portugal uma cidade com 100 mil habitantes é uma metrópole) este furor das decorações natalícias transforma-se numa autêntica guerra, talvez pior que a guerra de audiências entre a TVI e a SIC!
Ok, devo estar a exagerar, mas o que é certo é que entramos num centro comercial e até ficamos incandeados de tanta luzinha a piscar, ficamos zonzos de tanto "Christmas is coming to Town" e coisas do género, ficamos, acho que esta palavra fica bem aqui, pedrados de Natal. Pedrados porquê? Ao entrarmos num centro comercial as alusões ao Natal são tantas e tão intensivas que é quase impossível resistir e então deixamo-nos amolecer e adormecer e só acordamos quando: "O QUÊ!? 525,28€!? NÃO PODE SER!!" E olhem que não é difícil gastar tanto dinheiro numa tarde no Shopping.
Por outro lado, mesmo que não saiamos de casa, continua a não ser difícil apercebermo-nos que é Natal. Basta carregar no botãozinho da Televisão e... "O Mundo Encantado dos Brinquedos". Já para não falar que esta música é um ataque pessoal e declarado a Alberto João Jardim (O mundo dos brinquedos é no Continente e não na Madeira...), esta como qualquer publicidade de hipermercados bem feita (e a Leopoldina que já é um clássico da publicidade é um exemplo disso mesmo) lança nas crianças um feitiço, uma hipnose e depois pronto, qual é o paizinho que não se derrete ao ver uns olhinhos tão brilhantes do fofinho?
Agora pergunto, o que é que um marketing tão agressivo e possessivo, violador de não sei quantas liberdades individuais e típico de um capitalismo selvagem e galopante tem a ver com o Natal? Não me digam que o Belmiro só mete as luzinhas nos seus Centros Comerciais para agradar ao Menino Jesus...
Mas pronto, rendo-me às evidências, há muito que o Natal deixou de ser a festa do Menino Jesus e passou a ser a festa dos comerciantes, do mais insignificante ao monopolizador. O que me custa mesmo a crer é que as Câmaras Municipais colaborem, e em nome do comércio tradicional, encham as nossas ruas com luzinhas, que para além de significarem um gasto extra desnecessário em electricidade, que é anti-ecológico, ainda vão pesar (e não é pouco!) nas finanças da autarquia, que saiem dos nossos bolsos!
Capitalistas do mundo, explorem a crença religiosa (se é que ainda se pode falar nisso) manipulem os seres inocentes deste mundo, esvaziem os ressequidos bolsos deste país em crise, paralizem-nos com as luzes intermitentes e coloridas, materializem o Menino Jesus. Por mim, na boa! "Because it is Christmas"...

quinta-feira, novembro 23, 2006

A Chuva

A pergunta de Novembro não é de todo inocente, aliás como nada neste blog é inocente: Qual o efeito que a chuva tem em nós? É curioso observar que dois terços dos inquiridos responderam que molha, ou não passa de H2O que se precipita por acção da gravidade. Por outras palavras, a chuva não afecta estes senhores e senhoras. Eles são os intocáveis! Mas será realmente assim?
Mesmo que não nos sintamos apaixonados pela chuva, ou felizes como o Sinatra (I'm singing in the rain), ou mesmo que não fiquemos com "azia" sempre que vemos uma gota de chuva, somos invariavelmente influenciados por este fenómeno. Hoje por exemplo, queria ir para o ringue treinar técnica individual ofensiva de basquete e não pude... porque esteve a chover! Claro que isto é um exemplo sem grandes efeitos na vida prática e comum a pouca gente, mas há mais...
Se de manhã está a chover, as pessoas têm de levar o guarda-chuva, ou então molham-se... Ou então vão de carro e aqui, em Oliveira é o degredo ir de carro para a escola, porque todo o papá e mamã leva o seu digníssimo filho e então, é mais rápido ir a pé do que de carro! Mas desde que não se molhe o "santo" filho, tudo nice!
É verdade, por mais que estejamos no século XXI, convencidos que podemos ter o controlo sobre tudo o que nos rodeia, continuamos sujeitos a coisas tão reles como aguaceiros. Construímos as nossas defesas, os guarda-chuvas, mas estes alteram de uma forma ou de outra a nossa vida. Mais uma vez se prova que por mais racional que seja, o Homem é tanto ou mais animal que os outros...

segunda-feira, novembro 20, 2006

Só 4%?

Para o leitor mais vidrado em política faço já notar que não me refiro ao valor dado nas sondagens ao CDS-PP, que ainda consegue ir abaixo deste valor!
A verdade é que o Antitudo encomendou um estudo (porque se um blog quer ser credível não faz, encomenda estudos!) à Comissão Independente para o Estudo do Uso das Televisões dos Possuidores de Televisões o qual revelou que 100% dos possuidores de televisores vêem televisão! Ok, é mentira, não encomendámos estudo nenhum e tal comissão, por mais estranho que pareça, não existe (espero não estar a dar nenhuma ideia ao governo...), mas é um facto que 100% das pessoas que têm televisão, vêem televisão! (sinto o meu QI a subir...). Mas mais fantástico e surpreendente que isto é que quase 100% das pessoas que têm televisão, têm pelo menos os 4 canais principais! Agora respondam-me à seguinte questão. Se todas as pessoas que têm televisão, vêem televisão, se das pessoas que vêem televisão, quase todas têm os 4 canais, porque é que só 4% das pessoas que vê televisão, vê a 2:?
Em relação a séries como 24, por exemplo, está bem, admite-se, 4% até é demais. Os Morangos com Açúcar têm sem dúvida melhor qualidade de actores e de argumento que esta série, que só é mesmo conceituada em países sem tradição televisiva como os EUA! Também sei e escusam de contra-argumentar que quer a Praça da Alegria, quer o Você na TV, quer o outro da Fátima Lopes, são Talk-shows de muito maior qualidade que a Câmara Clara ou a Revolta dos Pastéis de Nata. Já para não falar que o Fernando Rocha e a sua grosseirice é muito mais engraçada do que aquele gordo de bóina, o Luís Filipe Borges.
Para quem não percebeu, ou porque já viu Floribella a mais ou porque o botão 2 desapareceu simplesmente do comando, estava a ser irónico! E mesmo compreendendo que o Prof. José Hermano Saraiva está a ficar velho, qualquer programa da 2: (incluindo o Noddy e aquele programa sobre culinária) consegue ser menos intragável e mais educativo que as novelas da TVI ou da SIC.
Sinceramente não percebo porquê só 4% de share! Há muitos que defendem a 2: como um canal elitista, e tenho de concordar que em relação a certos programas é verdade (acreditem que não sou mesmo fã do "Por Outro Lado", bastam 5 minutos e já estou virado "para outro lado"), mas acho que quer as séries de qualidade, quer programas de entretenimento como A Revolta são programas de compreensão para todas as pessoas.
Não percebo... Mas até acredito numa justificação válida... A publicidade! Talvez seja por não haver publicidade na 2: que as pessoas não vêem... Queixam-se dos intervalos de 15 minutos da TVI, mas nesses intervalos não se dignam sequer a carregar no botãozinho com um 2. Podem até ver uns paspalhos quaisquer a dançar na RTP, ou aprender novas posições com Jura, mas botão 2, esquece...
Enfim, mas que me tenho eu que preocupar com as audiências da 2:... Eu vejo, aliás, agora deve ser o canal que mais vejo, mas os outros se não querem ver, que não vejam, quem perde são eles! E pensar que perdi o Alma e a Gente para ver o Gato Fedorento, que até nem teve graça nenhuma...

sábado, novembro 18, 2006

2 milhões de euros...

O que se podia fazer com 2 milhões de euros?

Daria para pagar mais de 5000 mil curas da lepra,
Daria para pagar mais de 10 mil vacinas para a malária,
Daria para alimentar mais de 15 mil pessoas durante um ano,
Daria para educar 20 mil crianças num país subdesenvolvido,
Daria para aumentar em mais 4 € os salários dos funcionários públicos,
Daria para indemenizar as vítimas das cheias e dos incêndios em Portugal,
Daria para fazer obras em muitos hospitais e escolas,
Daria para fazer feliz milhares de orfãos no natal...

Mas não!

Deu apenas para fazer um casamento! Um casamento de conto de fadas em Itália entre Tom Cruise e Katie Holmes... Isso, posem para a fotografia com um bebé preto subnutrido nas mãos. Oh! Grandes beneméritos! Beneméritos de revistas... 2 milhões de euros! 4 dias! Milhares de convidados! Viagens de avião! Para quê!? Provavelmente para um divórcio daqui a uma mão cheia de anos (se tanto!)! E quando muitos pobres, da boda, já só pediam as migalhas!

sexta-feira, novembro 17, 2006

Dia do Não-fumador

Hoje é o dia do não fumador. Ironicamente, neste dia só se fala de tabaco e de quem fuma. Mas é o dia do não fumador, ou da prevenção anti-tabágica? Decidam-se!
Análises socio-filosofo-linguístas à parte a verdade é que neste dia muito se fala contra o tabaco e nos riscos que este causa, mas descidas reais na taxa de fumadores não há! Mesmo que se fale em cancros dos pulmões, doenças cardiovasculares, mesmo que se mostrem as imagens arrepiantes dos pulmões dos fumadores em relação ao dos não-fumadores, mesmo que todos os anos apareçam nas escolas médicos e desportistas defendendo a prática de uma vida saudável não há modo de se acabar com este vício. Porquê?
Não sei. Já procurei saber, já tentei perceber o ponto de vista de quem fuma, mas é inexplicável de forma racional. Quanto a mim sou anti-tabaco desde nascença, aliás quando era criança achava que a solução para os fumadores era morrerem queimados vivos! Mas não ligando aos traumas da minha feliz infância, acho sinceramente estúpido o acto de fumar. Pá! Qual é a piada? Iupi! Vou alcatroar os pulmões! Uh! Deixa-me pulverizar mais isto com dióxido de carbono! (pode ser que faça fotossíntese...) Oh sim! Nicotina, viciante, quero mais!
É sarcástico, mas ao mesmo tempo, a verdade nua e crua! É possível que venham anti-comentários a dizer que isso é porque nunca experimentei... Porque é que eu havia de experimentar uma coisa que há partida sei que só faz mal!? Continuo a não perceber...
Mas pronto se querem fumar, fumem! Agora protejam os não-fumadores, aqueles que realmente deviam ser lembrados neste dia. Porque é que uma pessoa tem de sair de um bar a cheirar a tabaco? Até se perde logo a vontade de lá entrar. Enfim, no coments. Peço desculpa aos fumadores, mas também estavam a precisar de ler umas verdades... Não que não as soubessem!

segunda-feira, novembro 13, 2006

Portugal vs Cazaquistão

Hoje Portugal defronta o Cazaquistão numa partida a contar para o apuramento para o Euro 2008 de futebol. Nesta partida nada mais se espera que uma vitória de Portugal, até porque Portugal está no 9º do Ranking da FIFA e o Cazaquistão ocupa um bem modesto 135º lugar. E fora dos relvados, será a diferença assim tão grande? Portugal terá vantagem?
Podemos dizer que genericamente Portugal é mais desenvolvido, dado ocupar o 28º lugar no IDH e o Cazaquistão ocupar a 78º posição, mesmo assim a diferença é muito menor do que em termos futebolísticos. Mas se, por exemplo, analisarmos a comparação do ponto de vista económico damos conta que contra o nulo crescimento económico português, o Cazaquistão cresce todos os anos 7% do PIB, e tem, segundo o FMI, um futuro brilhante, dado possuir muitas reservas de petróleo praticamente inexploradas, e oferece outra segurança que o Médio Oriente não oferece.
Por outro lado o Cazaquistão tem menos 0,3% de taxa de desemprego que Portugal. Um dado praticamente insignificante se não tivermos em conta que lá esta tem vindo a diminuir bastante e cá tem estado a crescer de dia para dia.
Mas se nalgumas coisas o Cazaquistão nos iguala e praticamente nos supera, há outras em que levamos uma boa "goleada". A taxa de analfabetismo em Portugal está em 9%, no Cazaquistão... 0,5%! Já para não falar em índices de abandono escolar e da qualidade de ensino.
Enfim, são consequências de um país que dorme à sombra da UE e dos EUA, e que adormece os seus cidadãos à sombra da "bola". O resultado de logo pouco importa, porque a continuarmos assim, já só no futebol somos melhores que eles...

sexta-feira, novembro 10, 2006

Os telelés

Por estranho que pareça, há 15 anos atrás imagens como esta seriam apenas vistas em filmes de ficção científica, ou se calhar nem isso! Não, porque há 15 anos fosse proibido atender 3 telefones ao mesmo tempo, mas porque, pura e simplesmente, ainda não existiam telemóveis!
Parece mesmo estranho, não? Realmente o fenómeno dos telemóveis é dos que mais rápida implantação e evolução teve no mercado. Parece que ainda foi ontem que aparecia aquele reclame da Telecel, lá no meio da aldeia na serra, o velhote com o telemóvel, perguntando: "Tôchim?É p'ra mim?" Era o anúncio da extensão das redes de telemóvel a todo o recanto do país... E hoje, nem dez anos passados dessa pérola da publicidade, cá estamos nós com os 3G. Podemos praticamente fazer tudo com um telemóvel: Tirar fotos, filmar, jogar, aceder à internet e mesmo fazer chamadas!
Pois é, por estranho que pareça, nos anúncios dos telemóveis nem é mencionado que fazem chamadas, qualquer dia lembram-se de fazer um telemóvel que não dê para telefonar e depois não nos podemos queixar. Enfim, é a evolução! Mas se repararmos bem, quantos de nós necessitaríamos de câmara fotográfica no telemóvel? Quantos de nós temos uma necessidade ardente de enviar MMS? Ninguém! A não ser mesmo os maníacos do consumismo, grandes troncos que fazem arder esta indústria!
A verdade é que todos nós alimentamos este consumismo, mesmo que não queiramos. E tudo funciona no seguinte esquema, mais visível nas classes etárias mais baixas. Há um menino que tem pais ricos ou é muito mimado e que decide comprar um telemóvel com aqueles apliques desnecessários todos. Um outro que já não tem pais tão ricos nem é tão mimado lá insiste com a mãe e esta gasta metade do seu salário a comprar a porcaria da máquina! E assim sucessivamente. Depois lá vem uma geringonça com novas funcionalidades e o tal filho mimado compra-a, dando origem a um novo ciclo consumista.
Agora pergunto? Precisavam daquelas tralhas todas? Claro que não! E há uma coisa que eu acho mesmo fantástica nesta coisa toda, 3G's topo de gama com toques polifónicos e reais que quando tocam fazem o dring...dring dos velhinhos telefones que se usavam antes de eu ser nascido!
Bem, mas a verdade é que isto dos telemóveis também tem vantagens. Para além da óbvia que é a de podermos tirar fotografias com baixa resolução a cada instante... Perdão! De fazer chamadas, os jovens por exemplo, podem ter mais privacidade nos contactos com os amigos, via SMS ou mesmo chamada... A verdade é que já não é usado o "velhinho" telefone lá de casa. Para os pais torna-se mais difícil de controlar. Mas também têm bom remédio! Não os dêem aos filhos. Eu comprei o meu com a minha própria massa e sou eu que o carrego! Obviamente tenho outro treino para a vida real que alguns putos mimadinhos, cujos pais lhes compram 3G's assim sem mais nada! Mas isso são contas de outro rosário... e como já estou a maçar o estimado leitor com problemas que nada têm a ver com o assunto dispeço-me assim à boa maneira SMS: jnhx e abraxus p/ tds. ptems

terça-feira, novembro 07, 2006

Anti-(des)informação

A maioria dos portugueses já se habituou a usar as horas de jantar para ver as notícias do dia, nos chamados noticiários. É esse o tema que trago para discussão. A qualidade ou falta dela na informação dos noticiários.
A primeira crítica vai para a duração. Não se percebe que os noticiários demorem sempre, no mínimo uma hora e um quarto, quando há dias em que meia hora chegava e sobrava para o espectador ficar mais que informado. O que acontece nos 45 minutos adicionais? Pergunta o ET, que é o único ser que nunca viu um telejornal.
Para o ET e para aquelas pessoas que pura e simplesmente já não está a prestar puto, passo a expressão, à televisão nesse momento vem a explicação. Aqui há diferenciação nos nossos três canais. A RTP adora usar e abusar do tempo para recolher mil opiniões iguais acerca de um assunto raramente polémico ou de pouco interesse, geralmente relacionado com política, ou então, quando a política se torna enfadonha mesmo para o rato de biblioteca, adoram mostrar os velhinhos a jogar às cartas ou as velhotas a fazer tricô. A SIC, neste aspecto, na minha opinião a menos má, dá reportagens sobre filmes, concertos ou desportos radicais, ou então, parte má, faz publicidade em horário nobre à sua menina prodígio, cujo nome já foi tanto badalado que até parece mal escrever. A TVI é o que se sabe... Para além de também promover a sua querida série infanto-juvenil dá prostituição, abortos ilegais, bruxos, sem-abrigo, marginais, violência e pornografia gratuita! Enfim, reportagens "choque" que já não chocam ninguém onde quem reina são as vozes distorcidas e as caras aos quadradinhos. Bem, isto já para não falar no puto que guardava vacas.
Segunda crítica: Qualidade de informação. Sinceramente não sei onde é que alguns jornalistas tiraram o curso, palavra de honra que às vezes em vez de informar ainda conseguem desinformar. Já para não falar de erros ortográficos e de conjugação, não é difícil apanhar um noticiário onde não se ouçam erros de cultura geral gravíssimos. Obviamente, não culpo os pivôs pois esses são meros neurocopiadores de telepontos, mas sim quem faz os telepontos... É para estas pessoas que devia existir o exame da 4ª classe! Mas sem cunhas...
Outra crítica que se faz, não só a este tipo de informação, mas a praticamente toda a imprensa, é que esta é perfeitamente manipulada pelas pessoas com poder, não só do governo que influencia e muito as notícias da RTP como não é difícil de reparar, mas também dos grandes grupos económicos, instituições desportivas, enfim, os suspeitos do costume, que têm a faca e o queijo na mão. E perguntam, e a liberdade de imprensa? Com tanta concorrência entre jornalistas e televisões, com tanto interesse por trás, a liberdade de imprensa é algo que passa para segundo plano.
Acho que foquei os aspectos principais da informação que se faz por este país e espero ter alertado algumas pessoas para o facto de que estão a ser enganadas a partir do momento em que ligam a televisão. Conclusão final: vejam o Contra-Informação!

sábado, novembro 04, 2006

Os Sonhos dos Ministros

Num país com tanto defeito como Portugal, às vezes mais vale a pena sonharmos um país melhor. Como portugueses que são, os nossos ministros também têm sonhos. O Antitudo foi saber alguns deles.

Ministro da Agricultura: Sonha que não haja secas, que os peixes se reproduzam e que as terras estejam sempre a produzir para cima de 100%.
Ministra da Cultura: Sonha todos os santos dias com a morte do presidente da câmara do Porto: Rui Rio... Fora alguns sonhos mais escaldantes com o presidente do FCP, Pinto da Costa. Vá se lá saber porquê!
Ministro da Presidência: Este senhor tem um grande sonho que é fazer um anúncio ao país que todos gostem, para além daquele eterno sonho que é saber o que faz um ministro da presidência...
Ministro da Cultura: O sonho deste ministro é ser conhecido...
Ministro da Economia: Todos os dias sonha bater o record do Michael Schumacher. Está lá perto!
Ministro das Obras Públicas: Sonha com um país em que haja obras para todos os seus amigos empreiteiros...
Ministro do Trabalho e Segurança Social: Com o devido respeito, mas o senhor Vieira da Silva, quer que todos morram antes dos 65, pelo menos até 2015...
Ministro da Saúde: Este sonha muitas coisas, aliás todos os dias sonha uma coisa nova, raramente é uma boa coisa... Um dia sonhou que tinha de fechar os SAP, outro sonhou que havia taxas moderadoras para tudo, outro dia sonhou que tinha sido atendido num hospital público... Foi um pesadelo!!!
Ministro das Finanças: Este sonha com funcionários públicos que trabalhem de graça, não reclamem e façam horas extraordinárias. Sonha ainda baixar o défice para menos de 2%... Vá sonhando, sr. Ministro!
Ministra da Educação: Bem esta sonha, mas sonha mesmo! Sonha com o modelo de escola ideal, alunos que passam a vida nas bibliotecas e salas de estudo, prof's que passam a vida a acompanhar os alunos... E sonha também dizer alguma coisa sem ser contestada. E como ela sonha visitar uma escola em que não seja recebida com manifestações! Bem, mas o maior sonho da Sr. Maria de Lurdes Rodrigues é mesmo passar nos exames do Secundário...

Estes foram os sonhos de alguns ministros, mas e o que sonha José Sócrates e Cavaco Silva?

José Sócrates, primeiro-ministro: Ao contrário dos seus companheiros do executivo, este só sonha passar umas férias na neve... Mas sem partir uma perna!
Cavaco Silva sonha com um país onde haja rigor, serenidade, tranquilidade, serenidade, rigor, etc. E aguarda com espectativa o momento em que tiver uma dúvida ou se enganar...

E pronto. Peço desculpa a alguns ministros por alguns comentários inapropriados, mas c'est la vie... E saliente-se que isto é apenas uma pequena peça de cariz cómico, que nem sei se tem lá muita piada, com o objectivo de satirizar os nossos políticos.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Power for the masses

Para o mais comum dos leitores esta frase não significa nada para além da sua tradução denotativa para português: "Potência para as massas". Contudo, para uma minoria muito restrita de pessoas, que como por exemplo eu, jogaram Sim City 3, este era um código que fazia com que todas a cidade tivesse energia eléctrica sem que se gastasse um tusto! Infelizmente SimCity é um jogo, e infelizmente usar códigos, mesmo em jogos, é batota...
Contudo dava muito jeito ao nosso país, e o nosso primeiro-ministro, viciado em jogos de gestão por natureza (diga-se que o maior vício é quando ainda não se sabe jogar!) acha, e muito bem que Portugal está demasiado dependente dos outros em termos energéticos. Assim, e como bom defensor das energias renováveis, foi pôr a "primeira pedra" naquela que vai ser a maior central solar da Europa - a central da Amareleja no concelho de Moura! Assim Portugal vai conseguir suprir uma grande parte das carências energéticas e pode ser, isto digo eu, que lá para o ano de 2150 a electricidade fique mais barata...
Ora, como ambientalista que sou, e como grande defensor da auto-suficiência de um país, aplaudi logo o senhor primeiro-ministro. E acho a ideia excelente, pena que já se podia ter avançado com isto há dez anos, mas mais vale tarde que nunca!
Contudo, qual é o meu espanto, e mais espantoso é eu ainda me espantar com isto, quando ouço na televisão que vai ser uma empresa espanhola a concessionar o projecto. Ah! Bem me parecia que era chicha a mais... Por momentos chegara a pensar que iria ser uma central portuguesa, gerida por portugueses. De repente pensei que íamos ser um bocadinho independentes... Qual quê!? Mais uma vez, pela 45903ª vez, estamos a vender-nos aos espanhóis. Ou seja, a luz solar bate em Portugal, a luz é convertida em energia eléctrica num edifício português, com ajuda de trabalhadores portugueses, os consumidores são portugueses, mas... quem manda são os espanhóis. Assim, se eles acharem que a luz solar vale milhões, nós milhões pagaremos, até porque esse é o interesse nacional... de Espanha! Mesmo assim, a electricidade irá ficar barata mais cedo que 2150, em 2063 mais precisamente... no ano em que Portugal passará a ser região Espanhola... no papel!